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terça-feira, 4 de junho de 2019

Tudo não passou de um engano


       Já passou tempo desde que eu andava na escola primária, uma época em que eu tinha cerca de nove anos de idade. Que eu me lembre, era uma pessoa educada, extrovertida e direta, talvez seja esse o caso de eu ter arranjado algumas confusões.
       Na altura, costumava brincar com uma série de amigas, pintávamos as unhas, brincávamos às apanhadas, enfim, as coisas de crianças. Não brincava com rapazes, porque eles eram interesseiros, um pouco machistas e só jogavam à bola.
       Acho que tinha passado do terceiro ano para o quarto, o último e tão esperado ano, onde iríamos ter um «mini» baile de finalistas. Estávamos, então, na sala de aula com os nossos pais, um dia muito especial e um pouco vergonhoso, para as apresentações, quando, de repente, entra pela porta uma rapariga loira aos caracóis, olhos verde-lima, com uma saia florida, com um olhar de importante e demasiado confiante para tal situação.
       No dia seguinte, fiquei a saber que essa menina era filha da diretora, uma mulher com «poder» na nossa escola.
- Que fazes? - perguntou ela, com um olhar meigo, assim que me viu.
Óbvio que respondi, com um certo receio, mas respondi:
-Estou a brincar, Por acaso, queres brincar às escondidas?
E assim foi. Passaram dias desde que a nossa amizade se tornou forte, brincávamos horas a fio como se o tempo voasse. Contudo, algo de negativo pairava no ar. Efetivamente, tudo naquela escola eram rumores, uns eram verdadeiros outros não, mas decidi acreditar nuns em que diziam de como ela falava coisas más sobre mim e como me julgava com o olhar.
Fiquei um pouco triste, quando constatei que os outros tinham realmente razão, mas sempre de cabeça erguida pus um fim àquela que parecia ser uma verdadeira amizade e, apesar deste incidente infeliz, consegui sempre fazer amigos que me apoiassem.
Nessa altura concluí que amigos verdadeiros há poucos. Sei que isto soa «cliché», mas é verdade que precisamos de escolher os amigos e afastar-nos das pessoas «tóxicas».
Ana Gabriela Miguel Hernández, n.º 3, 9.º F



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