Já passou tempo desde que eu andava na
escola primária, uma época em que eu tinha cerca de nove anos de idade. Que eu
me lembre, era uma pessoa educada, extrovertida e direta, talvez seja esse o
caso de eu ter arranjado algumas confusões.
Na altura, costumava brincar com uma
série de amigas, pintávamos as unhas, brincávamos às apanhadas, enfim, as
coisas de crianças. Não brincava com rapazes, porque eles eram interesseiros,
um pouco machistas e só jogavam à bola.
Acho que tinha passado do terceiro ano
para o quarto, o último e tão esperado ano, onde iríamos ter um «mini» baile de
finalistas. Estávamos, então, na sala de aula com os nossos pais, um dia muito
especial e um pouco vergonhoso, para as apresentações, quando, de repente, entra
pela porta uma rapariga loira aos caracóis, olhos verde-lima, com uma saia
florida, com um olhar de importante e demasiado confiante para tal situação.
No dia seguinte, fiquei a saber que essa
menina era filha da diretora, uma mulher com «poder» na nossa escola.
- Que fazes? -
perguntou ela, com um olhar meigo, assim que me viu.
Óbvio que respondi, com
um certo receio, mas respondi:
-Estou a brincar, Por
acaso, queres brincar às escondidas?
E assim foi. Passaram
dias desde que a nossa amizade se tornou forte, brincávamos horas a fio como se
o tempo voasse. Contudo, algo de negativo pairava no ar. Efetivamente, tudo
naquela escola eram rumores, uns eram verdadeiros outros não, mas decidi
acreditar nuns em que diziam de como ela falava coisas más sobre mim e como me
julgava com o olhar.
Fiquei um pouco triste,
quando constatei que os outros tinham realmente razão, mas sempre de cabeça
erguida pus um fim àquela que parecia ser uma verdadeira amizade e, apesar
deste incidente infeliz, consegui sempre fazer amigos que me apoiassem.
Nessa altura concluí
que amigos verdadeiros há poucos. Sei que isto soa «cliché», mas é verdade que
precisamos de escolher os amigos e afastar-nos das pessoas «tóxicas».
Ana
Gabriela Miguel Hernández, n.º 3, 9.º F
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