No início do meu sétimo ano de escolaridade, várias pessoas novas
passaram a fazer parte da minha turma. Entre elas havia uma particularmente
estranha que me chamou logo à atenção. Era um rapaz de estatura média, um pouco
mais baixo do que eu. Ele estava sentado ao pé de um colega meu que já
conhecia, mas ele pareceu-me distante,
arrogante e reservado. Eu tinha uma certa vontade de falar com ele, de o
conhecer, saber se ele era como eu pensava, mas acho que ele não tinha essa
mesma vontade, e acabámos por não “ir com a cara um do outro”.
Os dias foram passando e nós, nas primeiras semanas, ainda não nos
dávamos bem. Entretanto, nós tínhamos um melhor amigo em comum, que fez de tudo
para que nós nos déssemos melhor. Com o passar do tempo, aprendemos a
aceitar-nos um ao outro, apesar de ainda não nos considerarmos amigos. Eu ainda
o achava um pouco estranho, mas ele até já era mais simpático, divertido e
agradável.
Penso que no início ele só era daquele jeito rude, porque não conhecia
ninguém, pois, assim que ele começou a fazer amigos e a dar-se com o meu melhor
amigo, ele passou a agir de uma forma diferente comigo e, por isso,
aproximamo-nos e chegámos inclusive a ser melhores amigos.
Atualmente continuamos na mesma turma, dois anos depois, no nono ano de
escolaridade, já não somos melhores amigos mas, sempre que nos aborrecemos um
com o outro, acabamos sempre por nos perdoar.
Na verdade, ele quando quer consegue ser um bom amigo, simpático e
divertido, mas não há melhor pessoa para me “dar cabo da paciência”, pois ele,
muitas das vezes, consegue ser muito irritante. Porém, desde que o nosso melhor
amigo saíu da turma, eu tento ser o mais compreensiva possível com ele,
dando-lhe assim o meu apoio.
Aquela personalidade que eu conheci há dois anos já não é a mesma,
talvez essa nunca tenha existido. Aquela pessoa que eu considerei ser distante,
arrogante e reservada de há dois anos, agora vejo-o como um ser simpático,
divertido e amigável.
Joana
Alfaiate, n.º 13, 9.º F
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