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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Evolução dos Materiais



O Malaquias que viveu no início período Neolítico (11000 a.C.), o Joaquim que foi agricultor e viveu numa pequena aldeia portuguesa em meados do século XVIII e a Patrícia que no ano de 2015 reside numa mega metrópole, como é Lisboa, têm em comum a utilização no seu dia-a-dia de muitos utensílios, construídos com materiais diferentes e que foram evoluindo em paralelo com o avanço social e cientifico da humanidade.

O Malaquias habitava uma gruta, o Joaquim num casebre da sua aldeia, porque não tinha dinheiro para comprar uma casa, e a Patrícia num confortável T5 de uma das bonitas torres, na zona da Expo.

- O Malaquias usava pedra para quase tudo, para acender uma fogueira, para fazer utensílios, como a faca pontiaguda que usava para caçar e cortar. Este instrumento foi dos primeiros produzidos pelo homem pré-histórico sendo que os seus antepassados usaram o sílex para fazer esta arma de grande importância.

Teve o Malaquias a sorte de viver numa época de profundas mudanças, transformando-se de caçador–nómada em agricultor sedentário. Esta mudança obrigou-o a construir ferramentas para trabalhar a terra, normalmente feitas em madeira ou pedra, sendo peça fundamental a descoberta da roda.

Com alguns dos seus contemporâneos a dedicarem-se à pastorícia, deixou de vestir as pesadas peles dos animais que caçava, começando a utilizar o linho e a para o seu vestuário. Para o seu trabalho agrícola, abandonou a gruta e construiu uma pequena casa em pedra, muito mais sólida que a do seu vizinho que era em madeira, tendo executado o telhado em adobes (tijolos de terra crua, água e palha) revestidos com argila.

No entanto, ainda comia com as mãos e o fogo continuava a ser fundamental no seu dia-a-dia, fornecendo-lhe o calor, a iluminação e a sua proteção.

- O Joaquim que viveu muitos séculos depois, continuava a ser agricultor e a viver num casebre ainda construído por adobes; no entanto já beneficiava da descoberta dos metais (estanho, cobre, alumínio, ferro e o ouro) e da sua exploração e transformação em ligas (bronze e mais tarde o aço), o que lhe possibilitou usar ferramentas muito mais resistentes e duradouras.

A nobreza no século XVIII já trajava luxuosamente, fruto de novos produtos trazidos dos territórios conquistados com as descobertas, como o algodão, o cetim, a seda e o veludo, bem como a introdução da fabricação mecânica introduzida do início da revolução industrial. No entanto o Joaquim continuava a privilegiar a lã.

Nas refeições cozinhadas em panelas de ferro na lareira aberta da sua cozinha, já utilizava talheres metálicos, como a faca, o garfo (introduzido em Veneza no século XIII) e a colher (a antecessora das colheres, surgidas há 20 mil anos, que era apenas um pedaço de madeira ou chifre de boi escavado em forma de concha e de uso colectivo). A casa já tinha portas em madeira e janelas com vidro. O seu interior era preenchido por algum mobiliário, fundamentalmente em madeira, como a mesa, os bancos e a pequena cama em pinho.

- A Patrícia continua a utilizar os talheres nas suas refeições, agora de aço inox. Tem mesmo um faqueiro banhado a ouro, copos em cristal e pratos em porcelana da Vista Alegre. Para cozinhar utiliza a Bimby, moderno electrodoméstico que faz qualquer tipo de cozinhado. No seu apartamento já não existe o fogo, pois cozinha com equipamento eléctrico, o aquecimento é central garantido por uma caldeira que funciona com gás natural e a protecção é assegurada por um sistema de alarme electrónico monitorizado por sms no seu telemóvel.

O mobiliário tem um design moderno com uso do plástico, vidro, derivados da madeira, metais e tecidos, a televisão é de Leds, a mais recente tecnologia, e tem ligação à Internet por Wi-Fi. O vestuário é sofisticado com recurso à já conhecida lã, linho, cetim, veludo, a seda e algodão, acrescidos de novos tecidos como por exemplo a sarja, a ganga, poliéster, nylon e até a cortiça.

O seu apartamento situa-se no 18º andar de um edifício moderno construído em aço e betão, com recurso a isolamento térmicos de espuma rígida de poliestireno extrudido, janelas em PVC com vidros duplos intervalados por uma caixa-de-ar com gás raro. Já não é agricultora, mas trabalha numa empresa multinacional que traz para Portugal o milho transgénico, utilizando nas suas deslocações um carro movido a gasóleo (derivado do petróleo).

Estas três personagens têm de comum o conhecimento sobre os materiais que herdaram do passado, integrando na sua vida novos materiais e utensílios que a evolução social, o conhecimento e o desenvolvimento da ciência permitiram em cada momento.

Mas o passado garante-nos que esta evolução está longe de terminar, pelo que às vezes questiono-me:

- Haverá substituto para o petróleo?
- Poderei proteger-me do calor, do frio e da chuva só com uma camisa?
- Como serão as casas que vamos construir na Lua, em Marte ou até noutro planeta longínquo?
- Será possível no futuro deslocarmo-nos de um local para o outro, instantaneamente?



                                                                                                                    
Trabalho realizado por Carlos Matos – 7º E, no âmbito da disciplina de Físico-Química, sobre “A Química e a evolução dos materiais”. – Prof. Helena Arede

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