É um facto bem
visível que a amizade e a confiança apresentam muitas semelhanças. Geralmente
andam sempre entrelaçadas, pois não há amizade verdadeira sem confiança nem
verdadeiramente confiança sem amizade.
Os sentimentos e as
pessoas têm algo em comum: a mudança. Nem todas as amizades ou relacionamentos
duram para sempre. Para sempre é muito tempo, mas não é razão para dizer que a
vida é muito curta, uma vez que o nosso tempo de vida é muito curto e de facto,
o nosso tempo de vida será o único que estaremos aptos a viver.
Durante esse tempo,
conhecemos pessoas, criamos ligações. Tornamo-nos pontos dependentes de linhas.
Essas ligações são, nada mais, nada menos, que um enlace ou um cruzamento de
linhas. Por sua vez, estas linhas, estes fios podem ser fortes e suportar os
anos e guardar histórias ou então fracas e às quais basta um sopro para se
separarem, para se partirem, para desaparecerem. É assim que eu vejo as
relações de amizade, de confiança, de ambas ou de outras.
Atualmente, estas
relações já não são fios sólidos. A maioria depende de imagens, de um ecrã e de
um teclado. Fios assim quebram-se a toda a hora e o porquê é bastante simples:
relações como essas consistem em fios transparentes. Como se pode amar, manter
ou cuidar de algo que não existe concretamente, sendo de fios transparentes?
Em conclusão, a
amizade, a confiança e outros valores preciosos no ser humano desapareceram há
muito. Desde que a imagem passou a valer mais que a palavra e a personalidade
menos do que a pessoa…
Beatriz
Agante de Almeida, nº 7, 9º E
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