Atualmente, a nossa
geração é obcecada pela ideia de perfeição. A sociedade consumiu-nos com a
ideia de como estamos destinados a ser. No início era o conceito de magro,
atualmente é de esquelético. Por isso, pergunto-me o que será depois?
Na verdade, somos
influenciados por termos, que nem sequer são palavras reais, como “lol”, “swag” ou “yolo”. Vemos celebridades que são viciadas em fama, drogas e
dinheiro. Elas, por sua vez, ensinam-nos coisas como violência ou romances
falhados em jeito de frases inspiradoras. Por outro lado, as letras de
determinadas músicas tornaram-se agressivas, vulgares e discriminadoras. E serão
mesmo estes os critérios que queremos seguir?
Nas escolas, por
exemplo, estamos rodeados de grupos de alunos que se odeiam mas, no entanto,
fingem ser amigos. Tudo isto, então, faz com que os estabelecimentos de ensino
deixem de ser um espaço para aprender, tornando-se assim num espaço onde apenas
se dá importância a passar, a falhar, às aparências e àqueles com que tu te
rodeias.
Vivemos, pois, numa
geração controlada por “screenshots”, “tweets”,
“favoritos” e “likes”. As pessoas
já não namoram. Criam “cenas” e encontros. Criam-se amizades nas redes sociais
que começam por mensagens, evoluem para conversas, apanham sentimentos e acabam
como estranhos. Há muito que esta geração perdeu o significado de romance e
lançam-se ao ar expressões como “amo-te” como se fossem um “olá!”
As pessoas
julgam-nos. Até aquelas que conhecemos. Estamos assim suscetíveis a tudo isso.
Esta geração confia
em álcool, drogas e festas. Esta geração bebe para se embebedar e sofre as
consequências como mensagens, encontros, condução e decisões bêbadas. Por sua
vez, as drogas são demasiado fáceis de encontrar, quer estejamos stressados,
sozinhos, felizes ou aborrecidos. As festas já não são para celebrar. São sim
feitas para shots, fumar ou jogos.
Na minha opinião, a
nossa geração tentou crescer depressa demais. As pessoas já não falam, estão
mascaradas por computadores ou por ecrãs de telemóvel. Os confrontos
transformaram-se em cento e quarenta carateres, em textos, em mensagens, em
estados. E, se tivermos sorte, em uma chamada telefónica.
As campainhas já não
tocam. Enviam-se mensagens a dizer “aqui” em vez de se ser ignorado fisicamente.
Passa a mensagem lida. Dói não receber mensagens, pois isso também é uma
mensagem.
As tecnologias
arruinaram assim o nosso lado aventureiro. Já não saímos quando chove porque
vamos arruinar o iPhone, já não vamos
acampar porque o serviço de rede não está disponível. Não nos aventuramos
além-fronteiras sem os nossos dispositivos eletrónicos. Os adolescentes desta
geração são assim viciados em objetos superficiais como iPads, iPhones ou tablets.
Estes, por sua vez, substituem as atividades ao ar livre por aplicações de download fácil e gratuito.
Os pais queixam-se,
lamentam-se e criticam esta nossa geração por ser confusa e “desarrumada”. Mas,
acima de tudo, criticam a maneira como desperdiçamos a nossa juventude.
Beatriz
Agante de Almeida, nº 7, 9º E
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