Nas aulas de Português de 9º ano, já no presente
ano letivo, os alunos leram e analisaram duas crónicas de dois célebres
cronistas portugueses: Maria Judite de Carvalho (infelizmente já falecida) e
António Lobo Antunes.
Com a crónica de Maria Judite de Carvalho,
intitulada “História sem Palavras”, os discentes constataram que o alvo de
crítica subjacente ao texto é a modernidade, o progresso tecnológico que veio
alterar as antigas formas de comunicação entre as pessoas. António Lobo
Antunes, por sua vez, para criar a sua crónica, baseou-se na existência dos
semáforos, pelos quais sente uma grande aversão, fazendo assim referência aos
problemas quotidianos por eles causados.
Sendo a crónica um texto que se refere a factos do
quotidiano, apresentando a perspetiva crítica do cronista face ao assunto
tratado, foi assim pedido aos alunos do 9º A e C da Escola Básica nº 2 de
Vilarinho e do 9º E da Escola Básica e Secundária de Anadia que partissem dum
acontecimento do dia a dia e criassem a sua crónica. Houve alunos, porém, que
optaram pela criação de um texto de opinião.
São, então, alguns
desses textos que O Ciclista decidiu
publicar a partir de hoje.
Sara
Castela, O Ciclista
A
comun
icação entre os adolescentes
Hoje em dia os adolescentes só escrevem mensagens tanto
no telemóvel, como em redes sociais. E o mais preocupante é que, para além
disso, a maioria deles não escreve as palavras corretas, na medida em que
utilizam abreviaturas. É mais simples, mas menos correto, na minha opinião.
Adotam assim este tipo de escrita não só para
poupar tempo, mas também por ser uma “linguagem em código”, isto é, procuram
não escrever a palavra completa, e sim algumas das suas letras, para os pais ou
algum adulto responsável não entenderem partes ou palavras das suas mensagens,
pensando então que eles, os adultos, não irão perceber o que está a ser escrito
porque é uma linguagem, a seu ver, “avançada”.
Falava da escrita, mas as conversas feitas
pessoalmente não são melhores. Vejamos! Os adolescentes utilizam alcunhas muito
impróprias. Não é como noutros tempos em que uma alcunha correspondia a um
diminutivo ou a algo do género do nome. Agora são alcunhas completamente
paralelas ao nome do colega ou amigo, mas num tom depreciativo. Por outro lado,
também existem os palavrões ou asneiras, que são palavras que mostram alguma
falta de respeito e de maneiras. São pois inadequadas numa conversa, e tornam
uma pessoa mais agressiva e rude.
Ah! Que saudades que eu tenho do tempo em que se
escreviam cartas, numa linguagem correta e afetiva e das conversas
estabelecidas entre as pessoas dando primazia à clareza, à correção e à boa
educação.
Marta
Ferreira, nº 17, 9º E
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