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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A Solidão na Velhice

O Homem é um ser essencialmente social. Sendo assim, todo o ser humano necessita de comunicar para se sentir bem. No entanto, em alguns momentos da nossa vida, acabamos por vivenciar a solidão. Claro que com uma idade mais avançada, sentimo-nos cada vez mais sós e, ao mesmo tempo, com uma maior necessidade de nos sentirmos acompanhados.
Quando falo em solidão é óbvio que tenho em conta que ela não escolhe a classe social a que pertence a pessoa nem a idade. Contudo, a meu ver, a solidão não existe só na velhice. Ela também existe na juventude. Ora pensemos! Quantas vezes nós, jovens, estamos rodeados de pessoas e no nosso interior sentimos uma profunda dor marcada pela solidão?! Dá-nos até vontade, por vezes, de gritar e de nos fazer ouvir para que alguém ponha os olhos em nós. Mas reportando-me novamente a quem é idoso. Como é triste ouvir diariamente, pelos meios de comunicação social, notícias de mortes de idosos que vivem sozinhos, situação que cada vez é mais frequente nos nossos dias.
Pensemos, pois, em quem tem uma idade mais avançada do que a nossa, que ao longo da sua velhice sente mais necessidade de companhia, não só pelas suas capacidades físicas e até psicológicas ficarem reduzidas, mas também porque são pessoas e precisam de carinho. Alguns encontram-se sós, porque não têm família, amigos ou alguém que possa olhar por eles, vendo-se assim abandonados à sua sorte. Porém, também existem aqueles que foram afastando quem lhes queria bem, com atitudes, gestos e até palavras acabando assim entregues à solidão. Por outro lado, existem famílias que não têm possibilidades financeiras para fazer um acompanhamento justo e digno ao membro familiar que é idoso e que necessita de cuidados médicos. E é neste preciso momento que eu fico a pensar: deverão estes idosos serem entregues a instituições? E, neste caso, até que ponto estarão estas instituições de facto preparadas para fazerem face às necessidades dos idosos?
Penso, pois, que sempre que seja possível deverão ser os próprios idosos a tomarem essa decisão (claro, se estiverem capacitados para tal). Nos dias de hoje, há instituições excelentes, onde eles podem ser tratados com toda a humanidade, onde inclusive se podem divertir, fazer amizades, participar em atividades, enfim, sentirem-se em família. Mas, infelizmente, não podemos esquecer que existem outros estabelecimentos, em que os idosos não passam de um número, de uma mensalidade a receber, em que no quarto, em que são alojados, apenas existe uma cama, alimentação e pouco mais. E não quero deixar aqui de referir os maus-tratos a que muitos estão sujeitos.
Eu, pessoalmente, vejo a instituição como uma última saída. De qualquer forma, quem optar por esta alternativa, deverá acompanhar sempre os seus familiares, manter-se informado sobre a forma como são tratados, e saber se realmente se sentem bem.
Concluindo, o importante, então, para o ser humano, é combater a solidão, principalmente nesta fase da terceira idade, em que o isolamento gera sofrimento e, como há pouco acabei de referir, existem maneiras de contornar esta situação.
Não deixe assim que a solidão passe a ser a sua companhia!
Diga não à solidão!

Inês Santiago, nº 11, 9º A - VB

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