O Homem é um ser
essencialmente social. Sendo assim, todo o ser humano necessita de comunicar
para se sentir bem. No entanto, em alguns momentos da nossa vida, acabamos por
vivenciar a solidão. Claro que com uma idade mais avançada, sentimo-nos cada
vez mais sós e, ao mesmo tempo, com uma maior necessidade de nos sentirmos
acompanhados.
Quando falo em
solidão é óbvio que tenho em conta que ela não escolhe a classe social a que
pertence a pessoa nem a idade. Contudo, a meu ver, a solidão não existe só na
velhice. Ela também existe na juventude. Ora pensemos! Quantas vezes nós,
jovens, estamos rodeados de pessoas e no nosso interior sentimos uma profunda
dor marcada pela solidão?! Dá-nos até vontade, por vezes, de gritar e de nos
fazer ouvir para que alguém ponha os olhos em nós. Mas reportando-me novamente
a quem é idoso. Como é triste ouvir diariamente, pelos meios de comunicação
social, notícias de mortes de idosos que vivem sozinhos, situação que cada vez
é mais frequente nos nossos dias.
Pensemos, pois, em
quem tem uma idade mais avançada do que a nossa, que ao longo da sua velhice
sente mais necessidade de companhia, não só pelas suas capacidades físicas e
até psicológicas ficarem reduzidas, mas também porque são pessoas e precisam de
carinho. Alguns encontram-se sós, porque não têm família, amigos ou alguém que
possa olhar por eles, vendo-se assim abandonados à sua sorte. Porém, também
existem aqueles que foram afastando quem lhes queria bem, com atitudes, gestos
e até palavras acabando assim entregues à solidão. Por outro lado, existem
famílias que não têm possibilidades financeiras para fazer um acompanhamento
justo e digno ao membro familiar que é idoso e que necessita de cuidados
médicos. E é neste preciso momento que eu fico a pensar: deverão estes idosos
serem entregues a instituições? E, neste caso, até que ponto estarão estas
instituições de facto preparadas para fazerem face às necessidades dos idosos?
Penso, pois, que
sempre que seja possível deverão ser os próprios idosos a tomarem essa decisão (claro,
se estiverem capacitados para tal). Nos dias de hoje, há instituições
excelentes, onde eles podem ser tratados com toda a humanidade, onde inclusive
se podem divertir, fazer amizades, participar em atividades, enfim, sentirem-se
em família. Mas,
infelizmente, não podemos esquecer que existem outros estabelecimentos, em que
os idosos não passam de um número, de uma mensalidade a receber, em que no
quarto, em que são alojados, apenas existe uma cama, alimentação e pouco mais.
E não quero deixar aqui de referir os maus-tratos a que muitos estão sujeitos.
Eu, pessoalmente,
vejo a instituição como uma última saída. De qualquer forma, quem optar por
esta alternativa, deverá acompanhar sempre os seus familiares, manter-se
informado sobre a forma como são tratados, e saber se realmente se sentem bem.
Concluindo, o
importante, então, para o ser humano, é combater a solidão, principalmente
nesta fase da terceira idade, em que o isolamento gera sofrimento e, como há
pouco acabei de referir, existem maneiras de contornar esta situação.
Não deixe assim que a
solidão passe a ser a sua companhia!
Diga não à solidão!
Inês
Santiago, nº 11, 9º A - VB