Os valores são de tal ordem importantes, que nós, a turma F do 9.º ano, os selecionou como um dos subtemas a tratar no seu Projeto de educação sexual na turma (PEST). Com o objetivo de desenvolver valores de respeito, tolerância e partilha, foi visionada a curta-metragem “Cuerdas”.
No final da exibição, a partir do sentir que cada um de nós expressou em relação à história, escrevemos este pequeno texto conjunto. Porém, antes de passarmos à nossa reflexão, gostaríamos de fazer uma breve apresentação do filme.
“Cuerdas” é uma curta-metragem espanhola de Pedro Solís García. A história é baseada na sua vida real, nomeadamente na ligação entre os seus dois filhos, Alejandra e Nicolás. Com ela sagrou-se vencedor do Prémio Goya 2014, na categoria de “Melhor Curta-metragem de Animação”.
Esta conta-nos a história de Nicolás, um menino com paralisia cerebral, e Maria a sua “guardiã” e amiga. Maria aproxima-se dele e num comovente laço de amizade mostra como é possível a inclusão do rapaz nas brincadeiras. Contrariando a aversão inicial sentida pelos seus colegas, que se afastam de Nicolás, Maria integra-o e brinca com ele. A partir de soluções criativas, que ajudam a contornar as limitações e promovem o divertimento do rapaz, ela potencia a sua inclusão, levando os colegas a achar que ela é “esquisita”.
“Cuerdas” mostrou-nos que se quisermos podemos superar os obstáculos que se deparam no nosso quotidiano. As adversidades que nos surgem, no nosso dia a dia, devem ser encaradas como possíveis de superar. Temos de nos agarrar a essa fatalidade e transformá-la em oportunidades, mesmo naquelas que nos parecem impossíveis. A superação pode tornar-se um objetivo de vida e, apesar das dificuldades que possamos encontrar, não podemos baixar os braços, mas procurar a melhor forma de ultrapassar os obstáculos. Sabemos agora que, embora possa ser difícil, não é impossível.
Reforçámos a ideia de que não somos só nós que precisamos de apoio, de sermos integrados, mas todos, todos mesmo, precisam de uma oportunidade. É por isso que devemos ajudar os que mais precisam, criando laços de amizade, como fez a Maria. Temos de ajudar os outros a superar as suas dificuldades e a aproveitar os momentos da vida. Fazê-los esquecer os aspetos negativos que grassam na sua existência e convertê-los em momentos de aprendizagem e de construção do belo.
Nem sempre tudo acontece como queremos, pelo que, para além de aceitarmos a realidade, devemos tentar ultrapassá-la: mesmo que, e principalmente por isso, tenhamos de sair “fora da caixa”!
Não devemos proceder como os colegas da Maria, que desprezaram o menino, por ele ser diferente, por estar numa cadeira de rodas, mas dar valor enquanto temos tempo e não como eles que apenas se aperceberam do seu valor quando o perderam.
O “Cuerdas” fez-nos ver que a vida pode, de repente e sem darmos conta, dar uma grande volta de 180º. Por isso, temos de dar valor a tudo o que temos, antes que seja tarde demais. Tarde demais, porque a vida são dois dias e temos de aproveitar cada momento.
Temos de tratar as pessoas diferentes com carinho, de modo a integrá-las para que elas possam também viver momentos de alegria, bem-estar e sintam a felicidade, nem que seja por breves instantes, como fez Maria com Nicolás. Todos devem sentir-se integrados, fazer parte de uma turma, de uma família, de uma comunidade, enfim, da sociedade.
Com “Cuerdas” tomámos consciência que a vida nem sempre é justa para connosco. Fez-nos pensar que devemos dar valor ao que temos em cada momento, pois o amanhã é uma incerteza, não sabemos o futuro, pelo que temos de viver o dia de hoje da melhor forma possível.
Fez-nos ver que todos possuímos sentimentos, por mais diferentes que sejamos, e que devemos tratar os outros como iguais, embora na diferença. Não é por alguém ser diferente que devemos colocá-lo de parte. Não podemos esquecer que, apesar das diferenças, somos todos iguais! Temos de encetar todos os nossos esforços de modo a integrar todos pois, como vimos, isso é possível. Temos de ser como a Maria, sonhadores, lutadores e criativos.
Há sempre uma solução para qualquer problema, mesmo que este nos pareça impossível. A vida pode ter mudanças muito repentinas, mas devemos aprender com elas e transformá-las em alternativas.
A injustiça de muitos contrasta com a amizade sentida por outros e essa deve ser a verdadeira essência da integração e da vida. Num segundo a vida parece correr bem, mas no imediato acontece uma mudança drástica. Porém, mais do que baixar os braços temos de ver as possibilidades que essa desilusão nos trouxe. Maria, por exemplo, não se deixou abater pela perda do amigo. Esta deu-lhe o mote para a sua vida profissional, o seu futuro.
Devemos zelar pelas pessoas que nos são próximas, pois mesmo que sejam diferentes acabamos por aprender a gostar delas, a amá-las e a respeitá-las.
Não deixes que a opinião dos outros, te defina!
Se o sonho comanda a vida, então, mesmo que por breves instantes, devemos sonhar e fazer sonhar. Maria partilhou o seu sorriso, a sua criatividade e a sua vida. Transformou os momentos finais da vida do seu amigo em sorrisos, em alegria e deu-lhe um motivo para abarcar a felicidade.
O sorriso que Nicolás espelha acompanha-o no seu final e isso é uma lição de vida fantástica.
9.º F, texto conjunto escrito em DTA
Deixamos aqui a ligação para esta curta-metragem, para quem quiser assistir :
https://www.obichinhodosaber.com/video-cordas/