O político anónimo
Ao chegar ao cais, o Político vinha com a
constituição nas mãos e o Diabo, ao vê-lo, exclamou:
-Ora,
quem vem lá, o Senhor Doutor, candidato a Presidente!
-E
para onde vai esta barca? - perguntou ele, com arrogância.
-Ora!
Esta barca vai para o país dos corruptos.
-
Como?! - pergunta o político, sem entender o eufemismo utilizado pelo Diabo.
-Esta
barca dirige-se ao teu destino, o Inferno!
-Deve
ter acontecido alguma espécie de engano, uma vez que eu dediquei toda a minha
vida na terra ao meu povo.
-Pois,
eu compreendo e, em contrapartida, o povo dedicou-te todas as suas carteiras.
-Juro
que não te entendo! Sempre fiz o bem. Não há outra barca por estas bandas?
-A
que tu pertenças, não, não há!
Mesmo assim, o Político dirigiu-se à barca do
Anjo, tentando entrar nela.
-Eu
pretendo ser o Presidente do país e, como tal, quero que me passes para o
Paraíso e é já!
-Eu?!
Mas por que razão te haveria de passar? Tudo o que na vida fizeste foi roubar.
-Nunca
roubei! Retirava, sim, o dinheiro que me pertencia devidamente.
-Pois
sim! Tiravas o que te pertencia, e depois mais um tanto.
-Ora!
Aqui tens algumas moedas para me deixares passar.
-Meu
Deus! Até depois de morto queres subornar! Nesta barca, não hás de entrar.
Perante tal situação, o Político dirigiu-se
novamente à barca do Diabo.
-Parece
que falavas a verdade. Se a algum lugar pertenço é ao Inferno, pois toda a
minha vida roubei e o povo muito enganei.
-Finalmente!
Ora, entrai, entrai… - solicitou o Diabo, triunfante e feliz.
Inês Oliveira, nº 12,
9º A - Vilarinho
Nota:
Imagem Retirada da
Internet.
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