Numa das aulas de Português, aos alunos do nono ano, turma E, foi-lhes
colocada a seguinte questão: o “Auto da Barca do Inferno” de Gil Vicente
manter-se-á atual nos nossos dias?
Eis, então, três
textos que O Ciclista decidiu
divulgar-vos, a fim de mostrar o ponto de vista das discentes que refletiram
sobre a proposta de escrita apresentada.
Sara Castela, Professora Português / O Ciclista
Já passaram cinco séculos, mas a
obra " Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente, um grande dramaturgo
português, continua a ser representada nas salas de teatro, levando o espetador
a "cair para o lado" de tanto riso e continua a ser estudada pelos
alunos de muitas escolas portuguesas, num ambiente de sala de aula aprazível.
O que será, então, que faz
com que esta obra, escrita no ano de 1517, se mantenha atual nos dias de
hoje?
Na minha opinião, a
intemporalidade desta obra deve-se, em primeiro lugar, ao facto de que o
julgamento das almas humanas não nos é desconhecido, ou seja, muitos de nós
ainda acreditam na existência do Paraíso bem como do Inferno, já que ninguém
sabe o que acontece às almas humanas após a morte. Em segundo lugar, nos dias
de hoje, continua a haver pessoas que são pecadoras. Creio assim que muitos dos
pecados cometidos pelas personagens-tipo da peça continuam a ser cometidos na
atualidade e que, de facto, essas mesmas pessoas acham que mesmo assim merecem
alguma recompensa após à morte. No caso do auto, as personagens-tipo achavam
convictamente que mereciam o Paraíso, apesar da vida pecaminosa que tinham
levado na terra.
Para finalizar, não posso deixar
de fazer referência aos vários tipos de cómico que, do meu ponto de vista, dão
vida à obra para além de transmitirem uma moral. Ora, nos nossos dias, temos
vários humoristas que, para fazerem as suas críticas, também recorrem à ironia
e ao cómico e assim vão pondo a descoberto os erros cometidos por muitas
figuras da sociedade portuguesa.
Em síntese, o
texto dramático de Gil Vicente, o "Auto da Barca do Inferno", teve
imenso sucesso no tempo em que foi criada, continua a tê-lo nos dias de hoje e,
decerto, continuará a tê-lo nos próximos anos.
Anastasiya Grachova, nº 4, 9º E
Nota:
Imagem da Internet.
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