5 de
fevereiro de 2014
O dia europeu da
Internet Segura assinala-se a 5 de fevereiro.
Para celebrar este
dia, foi-me proposto fazer um pequeno texto que tem como objetivo sensibilizar
os leitores para o uso desta magnífica mas perigosa ferramenta de trabalho.
História
com final feliz
Julieta andava
estranha, já não falava, não ria, não tinha expressão. A rapariga extrovertida,
faladora, animada foi-se perdendo gradualmente.
Todos os seus colegas
se interrogavam sobre o que se andaria a passar na sua vida. Seriam problemas
familiares? Problemas de saúde? E por que não queria ela contar?
Na verdade, o seu
problema de nada era semelhante aos boatos que corriam, o seu problema
resumia-se apenas numa palavra: Internet.
Julieta passava
demasiado tempo no computador, na Internet, toda a sua vida tinha começado a
girar à volta dela, mas mais precisamente de um tal rapaz com quem ela falava
num desses chats públicos.
O rapaz, que se
identificava como João, dizia ser da idade de Julieta, e a rapariga sem estar à
alerta para estes perigos deu conversa a este estranho e, ao fim de algum
tempo, era impossível não falar com ele.
Falavam de tudo.
Julieta começou assim a vê-lo como seu melhor amigo, deixando para trás toda a
sua vida “real” e fixando-se apenas neste amigo virtual. Em pouco tempo a
comunicação com os seus verdadeiros amigos foi deixada de lado e a única ponta
de felicidade que tinha era quando chegava a casa, ligava o computador e podia
ir falar com ele.
Os dias foram passando
e, a certa altura, João perguntou se Julieta queria finalmente encontrar-se com
ele.
Julieta não hesitou,
disse logo que sim, não conhecendo os riscos desta aventura, e não sabendo o
que iria acontecer.
O encontro iria ser
num parque, um pouco afastado da cidade onde vivia. Julieta mentiu aos pais,
dizendo que ia a um aniversário de comboio com uns amigos e, em vez disso, foi
para esse tal parque esperar pelo seu amigo virtual.
Qual não foi o seu
espanto, quando à sua frente, apareceu Ricardo, o seu irmão e o António, um
amigo do irmão.
Tudo tinha sido
planeado. António que também frequentava esses chats, quando viu Julieta,
decidiu logo contar ao seu amigo, e Ricardo quis dar uma lição à sua irmã.
Julieta, nesse
momento, tinha um misto de sensações, tinha raiva, frustração, tristeza para
com o seu irmão, mas no fundo ficou feliz e sentiu-se protegida com o seu ato.
Acho que, no fim
desta história, Julieta aprendeu que a internet pode ser fantástica, tem
milhões de coisas interessantes, para ver e fazer, mas também tem a sua parte
má e prometeu a si mesma nunca mais estar envolvida numa história destas e ter
sempre muita atenção com quem fala, e quais as segundas intenções destas
pessoas.
Naveguem assim com
segurança!
Ana Patrícia Fernandes, O Ciclista
É preciso que os mais novos percebam, que nem sempre as brincadeiras com a internet terminam como a história desta jovem... com "... com final feliz!".
ResponderEliminarInfelizmente são já muitas as notícias de casos vividos por muitas crianças com final infeliz. Não se esqueçam disso. Vejam nesta história não o seu final, mas as entrelinhas daquilo que a jovem quer transmitir, daquilo que ela quer mostrar, que a Internet pode não ser um lugar seguro e quem está do outro lado, nem sempre é quem diz, nem sempre é quem parece ser. Por vezes, até pode ser alguém que conhecemos muito bem, por vezes, pode ser alguém que nos quer apenas fazer muito mal!
Pensem nisso. E, tenham muito cuidado.