Publicado pelo Clube de Jornalismo do Agrupamento de Escolas de Anadia. Notícias de atividades, opinião dos elementos da comunidade educativa sobre os mais diversos assuntos, trabalhos escritos pelos alunos no âmbito das várias disciplinas... e o que mais acontecer!
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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
Visita de estudo a Lisboa
No dia vinte e dois do mês de janeiro de dois mil e
catorze, realizou-se uma visita de estudo, para os alunos do quinto ano das
duas escolas do Agrupamento, a Lisboa.
A hora de partida de cada escola foi às sete horas e trinta
minutos e fomos de autocarro. Da nossa escola partiram dois autocarros e da
escola de Vilarinho do Bairro, que também é do nosso Agrupamento de Escolas,
partiu outro. No total éramos cento e cinquenta alunos e dezasseis professores.
Como chegámos a Lisboa, à zona de Belém, cerca das onze
horas, só fomos ao Mosteiro dos Jerónimos, que é do século XVI. Foi mandado
construir pelo rei D. Manuel I, para comemorar o descobrimento do caminho
marítimo para a Índia. Vimos lá os túmulos de Vasco da Gama e do maior escritor
português, Luís Vaz de Camões, que escreveu «Os Lusíadas». O Mosteiro dos
Jerónimos é dos monumentos mais bonitos de Portugal, no estilo manuelino, com
as colunas e portais trabalhados em pedras com cordas, algas e outros motivos
marítimos.
Também apreciámos a beleza dos claustros do Mosteiro.
Também apreciámos a beleza dos claustros do Mosteiro.
Depois fomos almoçar aos Jardins de Belém.
Seguidamente fomos ao Teatro Politeama, onde assistimos à
peça musical «Robin dos Bosques», de Filipe La Féria. Foi fantástico! Foi inesquecível!
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
Olá vento!
A nossa redação foi informada que hoje é o dia do aniversário
do Luís Pêgo. Foi pura coincidência termos publicado a sua carta neste dia.
A
Equipa d'O Ciclista deseja-te
um dia cheio de tudo o que desejares, junto daqueles que te são mais queridos.
Passa um dia com alegria, amor e muito, mas muito feliz!
Parabéns!
A Equipa d'O Ciclista
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
domingo, 26 de janeiro de 2014
André Gomes Rodrigues
No
dia 17 de janeiro o nosso Agrupamento ficou mais pobre, com a perda brutal de
um dos seus alunos.
O
André Gomes Rodrigues de 18 anos, aluno do 12º ano da turma E da Escola Básica e Secundária
de Anadia, frequentava o Curso Científico-Humanístico de Línguas e Humanidades.
A
Equipa d'O Ciclista apresenta aos familiares, amigos e colegas do André as
sentidas condolências.
Equipa d’O Ciclista
sábado, 25 de janeiro de 2014
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Dia Mundial da Liberdade
23 de janeiro de 2014
O desejo da pequena era apenas liberdade
O desejo da pequena era apenas liberdade:
E lá estava Carolina, os seus pés delicados pisavam a relva
verde do lindo jardim de uma casa abandonada de dois andares, no alto de uma
pequena planície afastada da cidade. Flores de várias espécies cresciam de
uma forma desordenada no jardim cheio de dentes-de-leão, que era a planta
que a rapariga mais gostava…
A garota aparentava ter uns dezanove anos, olhos cor de mel que
se assemelhavam ao mel colhido das abelhas, usava um vestido branco de alcinhas
que mal chegava aos joelhos! Era tão leve que flutuava com o vento, assim como o
seu cabelo liso, muito belo, cor de oiro cheio de mechas que ia até metade das
costas.
Sentou-se preguiçosamente no tapete natural, olhou ao redor e
pegou num dente-de-leão.
Observou-o por algum tempo, fechou os olhos e soprou-o levemente,
como se estivesse a apagar uma vela de um bolo de aniversário. As folhas voaram
em círculos indo para longe e cada vez mais alto, em direções diferentes e
deixando aquele magnifico firmamento azul salpicado de branco. Abriu os olhos e
deu um grande sorriso.
Carolina deitou-se na relva e virou lentamente o seu rosto
angelical e frágil para o céu tentando descobrir formas e desenhos nas macias
nuvens que se movimentavam lentamente naquela manhã ensolarada e morna de
Primavera. Riu ao ver pássaros voando e piando, pareciam cantarolar uma
maravilhosa e harmoniosa melodia que só ela podia ouvir.
A menina levantou-se enquanto inalava o cheiro delicioso e
relaxante que vinha de um lugar distante misturado com o cheiro das flores
selvagens daquele campo. Abriu bem os braços e começou a dar voltas e mais
voltas até se sentir tonta, tentando lembrar-se de uma música que já tinha
escutado num lugar que gostava muito. O seu riso preenchia o ar com tamanha
pureza e alegria que alguns dos pequeninos animais se chegaram um pouco mais
perto dela, só para admirar aquele pequeno espetáculo. Passarinhos, empolgados,
rodeavam-na. Os seus pés pareciam flutuar à medida que dava passos graciosos e
leves, como se estivesse num palco dançando alegre uma coreografia que aprendera
numa das suas aulas de ballet.
Enquanto rodopiava, sentiu as suas asas felpudas abrirem num
rápido movimento. Um anjo… Ou melhor, uma “anja”. Um pesar enorme lhe recaiu
quando, a pequena, se lembrou de onde tinha vindo. Olhou para o céu mais uma
vez. Nunca o havia visto tão de perto, parecia até uma ilusão estar parada ali.
Normalmente, era proibida de descer ao mundo, mas desde que
fugira de casa de seus pais e daquele pesado e assustador ambiente com o qual
fora obrigada a conviver dezanove anos da sua vida começou novamente a sonhar!
Apreciava cada momento e
não se arrependia de ter desrespeitado regras.
O olhar pesado deixou-a e uma calmaria muito forte a invadiu. Há
muito que queria ser livre e havia conseguido!
Começou a andar devagar, sem ritmo definido, mas com a esperança
de um novo futuro.
Estava finalmente livre… Assim como as folhas do dente-de-leão
que dançariam uma eterna dança na brisa suave.
Havia esperança!
Margarida Carlota Lagoa, O Ciclista
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Dia Mundial da Neve
20 de janeiro de 2014
O pequeno floco de neve
Mais um dia, vejo o sol
nascer e eu aqui na imensidão do oceano. Brinco deslizando preguiçosamente com
as minhas irmãs e amigas, espraiando-me por entre corais e sentindo os peixes e
as anémonas que nadam deliciando-se na limpidez da nossa frescura.
Gosto de deambular
por entre os barcos dos humanos e ver os seus rostos queimados pelo sol e os
seus cabelos esvoaçando ao vento. Ah! Como adoro sentir a braçada vigorosa dos que
se aventuram e mergulham e nadam, ou fazem aquilo a que apelidam de surf.
Às vezes formo, com
as minhas amigas, uma onda gigante e vou beijar suavemente a areia quente da praia,
depois volto para longe da costa, onde me aventuro até aos fundos oceânicos,
deixando-me depois deslizar lentamente para a sua superfície.
Mas, o que se passa?!
O que é isto que estou a sentir?! Estou a afastar-me do mar… Estarei a voar?!
Uau! Estou a sentir-me tão leve! Está tudo cada vez mais longe, mais alto, o
oceano, a costa, as casas, as pessoas, tudo a ficar pequenino. Mas que bonito! Contudo,
para onde estarei eu a ir?!
Ui! Terei eu batido
em algo?
Uma gota, tal como eu
ainda há pouco tempo … Mas agora encontro-me num sítio fofo e não tão agitado.
Onde estou eu, afinal? E a fazer o quê?
- Estás numa nuvem. –
respondeu-me a gota na qual eu tinha chocado. – Irás voltar lá baixo.
Porém, depois desapareceu no meio das outras
gotas e eu não pude fazer mais perguntas.
Sinto-me perdida. E
já estou há muito tempo cá em cima, e cada vez chegam mais gotas e a nuvem com
o vento viaja de lugar para lugar.
Ups! Está a ficar
muito frio. Estou a sentir outra vez que estou a ficar tão estranha. Estou a
deparar-me outra vez com transformações, mutações… estou novamente a ficar
diferente…
De repente, como se
algo me impelisse e sem que eu conseguisse evitar, começámos todas a cair e que
frio que está! Voltei a voar e apesar do frio intenso, a paisagem era magnífica.
O céu tinha um azul diferente do que eu me lembrava. Fui caindo, caindo, caindo
tão suavemente, sem perceber muito bem o que me acontecera. Olhei, então, em
volta de mim e vi o espetáculo que eu e as minhas irmãs e amigas fazíamos.
Tínhamo-nos transformado em belíssimos flocos de neve.
Finalmente, decidi deixar-me
cair sobre o branco tão puro e aliar-me às minhas colegas e ajudá-las a tecer o
já imenso tapete de neve. Aqui só se vê crianças a brincarem com os seus cães e
trenós, fazendo bonecos de neve. Adolescentes a fazer esqui. Que maravilha!
Afinal, todos os meus
receios se dissiparam, pois nunca me senti tão realizada, feliz e confortável.
Adriana de Matos, O Ciclista
domingo, 19 de janeiro de 2014
sábado, 18 de janeiro de 2014
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
domingo, 12 de janeiro de 2014
sábado, 11 de janeiro de 2014
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Visita ao parque da Curia
Na
passada terça-feira, dia 19 de novembro, eu e o Vicente fomos com a professora
Delminda visitar o parque da Curia durante a aula de Educação Especial.
Primeiro
fizemos uma paragem na estação de comboios, onde pudemos apreciar os azulejos
pintados e o lindo parque de merendas ao lado, com as árvores cheias de folhas
de outono. As árvores e até o chão!
Depois
entrámos no recinto do Hotel Palace da Curia para ver os jardins, o lago dos
cisnes e ouvir os passarinhos a cantar!...
A
seguir entrámos no parque do Hotel das Termas!
Que
lindo era aquele parque!
As
folhas formavam tapetes fofos no chão que pisamos com muita alegria! Havia
folhas amarelas, cor de laranja, castanhas com riscas amarelas, vermelhas e até
roxas…
No
parque visitámos o Hotel D. Carlos, o Hotel das Termas e a fonte.
O
lago parecia um espelho que refletia as cores das folhas de outono e das
gaivotas! E havia muitas gaivotas na beira do lago…
A
seguir demos uma volta pela Curia para ver outros locais de interesse: a
avenida principal, o centro de Turismo, o Hotel Vila Rosa, o Grande Hotel e o
antigo Hotel Boa Vista, já a caminho da Mata…
Foi
um dia muito feliz! Até tirámos algumas fotografias para mais tarde recordar
este belo passeio de outono!
Depois
voltámos para a escola!
Gostei
muito desta aula especial porque conversamos sobre a amizade e outras coisas! E
falámos sobre o outono e as suas cores!
Trabalho
realizado por Diogo Costa Gomes
(Com
a colaboração da Professora de Educação Especial,
Delminda
Leitão - Minda)
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Visita ao Parque da Curia
Na
terça-feira, dia 19 de novembro, na aula de Educação Especial, eu e o Diogo
Costa Gomes fomos à Curia visitar o Parque das Termas e ver as folhas do
Outono.
Fomos
com a nossa professora.
Quando
chegámos à Curia demos uma volta de carro para conhecer algumas coisas importantes:
a estação do comboio, a avenida principal, as árvores e o centro de turismo.
A
seguir entrámos no parque do Hotel Palace para ver os jardins, os faisões
dourados e o lago dos cisnes. A professora disse que algumas cenas do filme “Equador”
de Miguel Sousa Tavares foram gravadas neste lindo lugar.
Depois
entrámos no recinto do Hotel Palace, contornámos a rotunda da avenida e entrámos
no Parque das Termas.
E
que lindo estava o parque naquele dia!
O
chão estava coberto de folhas das várias cores: amarelas, vermelhas, cor de
laranja, roxas, castanhas… Quando caminhávamos em cima das folhas pareciam um
tapete fofo que fazia “crac…crac…”!
Vimos
ainda dentro do parque o Hotel de D. Luís, o Hotel das Termas, a fonte onde os
doentes vão beber a água, os jardins do parque, o lago, as gaivotas à beira do
lago, os patos, …
Demos
uma volta a pé pelo parque para conversarmos e para admirar tudo o que estava à
nossa volta: as árvores, os passarinhos a cantar, o repuxo do lago, as folhas…
No
fim entrámos no carro e saímos do parque para ver outras coisas da Curia: a Vila
Rosa, o Grande Hotel e o Hotel Boavista que já está muito velhinho e precisa de
obras.
Depois
acabámos o passeio e voltámos para a escola!
Trabalho
realizado por Vicente Miguel Gama
(Com
a colaboração da Professora de Educação Especial
Delminda Leitão - Minda)
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Dia de Reis
Dia de Reis é
dia de comer bolo Rei! E marca a data em que terminam as célebres e
tradicionais Janeiras. Cantadas de porta em porta por grupos que vão desejar
aos seus residentes um feliz ano novo.
Em Espanha, é
um dia muito importante, particularmente para as crianças pois é o dia de
receberem os presentes natalícios.
Os franceses,
por sua vez, também têm a sua “galette des rois”, uma deliciosa sobremesa já à
venda nos comércios portugueses para que os nossos ex. emigrantes “matem”
saudades desse país que tão bem os acolheu.
Mas, acerca
deste dia, conta a lenda que este marca o dia da chegada dos três Reis Magos
junto do menino Jesus. Muito embora
possa não ter sido exatamente este o dia em que os três magos chegaram e fizeram
a oferta dos seus presentes, os quais vamos aqui relembrar: ouro, incenso e mirra.
Para todos um
feliz Dia de Reis!
Para os
nossos alunos desejamos, ainda, um feliz regresso à escola, claro que para os
mais pequeninos é aos infantários!
Graça Matos, O Ciclista
domingo, 5 de janeiro de 2014
Eusébio da Silva Ferreira
Faleceu, a três semanas de completar 72 anos de idade, aquele que para muitos foi o melhor
futebolista português de sempre. Eusébio, com um historial de problemas
clínicos, tinha sido sujeito a vários internamentos nos últimos anos, acabou
por sucumbir a uma paragem cardiorrespiratória na
madrugada deste domingo.
Nascido a 25 de janeiro 1942, em Lourenço Marques,
atual Maputo, Eusébio chegou ao Benfica em dezembro
de 1960. O Pantera Negra, como ficou conhecido, não chegou a tempo de
participar na campanha europeia que levou o Benfica à conquista do primeiro
título europeu, em 1961. Contudo, um ano depois com a sua capacidade e destreza,
marcou dois golos na final com o Real Madrid e ajudou à glória da equipa benfiquista
que conquistou, deste modo, o bicampeonato.
As suas extraordinárias exibições elevaram-no à categoria de
futebolista europeu mais influente da década de 60, estatuto que confirmou com
a presença inesquecível no Mundial de 1966. Os nove golos marcados deram-lhe a
coroa de melhor marcador e levaram Portugal a um inédito terceiro lugar.
Em quinze épocas no Benfica, Eusébio conquistou 11
títulos de campeão, sendo sete vezes melhor marcador do campeonato. Durante 13
anos representou a seleção nacional, ao serviço da qual marcou 41 golos em 64
internacionalizações. Nas várias competições nacionais em que participou (Campeonato,
Taça de Portugal, Taça de Honra, Taça Ribeiro dos Reis e Campeonato de Reservas)
e internacionais (Taça dos Campeões Europeus, outras competições europeias e
torneios internacionais), Eusébio marcou 596 golos em 557 jogos, com a média de
1,07 golos por desafio.
Por Portugal, entre outubro de 1961 e outubro 1973:
marcou 41 golos em 64 jogos, com a média de 0,64 golos por desafio, divididos
pelas várias competições (apuramento e fase final de Mundiais e Europeus e
encontros de preparação).
Em 1962 e 1966 venceu a "Bola de Prata" da
revista France Football para segundo melhor futebolista na Europa. Na época de 1963/64
foi considerado o melhor marcador do Campeonato Nacional, com 28 golos.
Em 1965 venceu a "Bola de Ouro" da revista
France Football para melhor futebolista na Europa.
Em 1966 vence a Medalha de Prata da Ordem do Infante
D. Henrique.
Em 1981 é-lhe atribuído o Grande Colar do Mérito Desportivo.
Em 1990 é-lhe atribuído o Grande Colar de Honra ao
Mérito Desportivo.
Em 1992 - Ordem do Infante, Medalha de Ouro da Cidade
de Lisboa, Estátua em bronze à entrada do Estádio da Luz.
Em 1994 - Ordem de Mérito Federação Internacional de
Futebol.
Em 1998 - Membro inaugural do "Galeria dos
Campeões" (Hall of Champions) da FIFA, em conjunto outras oito glórias do
futebol mundial.
Em 2000 - Terceiro melhor futebolista do Século XX
para a FIFA, a seguir a Pelé (Brasil) e Maradona (Argentina).
Para além de muitos outros.
O governo português decretou três dias de luto,
domingo, segunda e terça-feira pela sua morte.
O Ciclista presta uma última e singela homenagem a
este embaixador não apenas do futebol, mas do desporto em geral. Que todos os
nossos jovens lembrem para sempre a sua força, coragem e dedicação numa causa
que abraçou com agrado e glória.
Até sempre Eusébio!
A
Equipa d’O Ciclista
sábado, 4 de janeiro de 2014
Dia Mundial do Braille
Foi-nos
pedido que redigíssemos um texto sobre o Dia Mundial do Braille que se celebra
hoje, dia 4 de janeiro. Este pretende, acima de tudo, chamar a atenção para os problemas
das pessoas que são invisuais.
Louis
Braille, que ficou cego aos 3 anos de idade, foi professor e compositor. Compôs
livros para facilitar o ensino e elaborou, com Foucault, um novo alfabeto para
cegos, também aplicado à música, à estenografia e ao cálculo, modificando
preponderantemente a educação dos mesmos.
Vamos, então,
apresentar-vos a história que decidimos criar.
Invisual não
incapaz
Senti
ternamente a felicidade da minha mãe. Depois, escutei-a delirante ao dar a
notícia ao meu pai. Como ele ficou também emocionado! Pegou nela e rodopiou-nos
aos dois no ar e, por fim, decerto exausto pelo esforço, lá acabou por nos
deitar no relvado do jardim que circundava a nossa casa e acariciar a barriga
onde eu ainda nem sequer me fazia notar.
Os meses
foram passando tão rapidamente que me vi no sufoco da saída para o exterior.
Pois, o sofrimento também é nosso!
Havia algo de
estranho. Falavam de cores, de muitas cores. Mas eu não as conseguia ver.
A mãe? O pai?
Escutava-os. Sentia-os. Mas não os via. Eu bem tentava abrir os olhos. Tinha-os
aberto. Ou não?! Sim, claro que tinha! O que se passava com eles? Porque não os
estava a ver?
A minha mãe
decerto que iria falar com o meu pai e ele ia ‘consertar’. Lembro-me de por
vezes ela dizer: “Amor, está uma torneira a pingar” e, logo de seguida, ele ia
arranjá-la. Portanto, para quê incomodar-me? O papá ia-me, com toda a certeza,
‘consertar’!
A médica
pediatra, como lhe chamaram, que me veio ver, disse aos meus pais que precisava
de falar com eles. Senti que eles ficaram muito agitados. Porque seria?
- Sabem… -
começou a pediatra. – o vosso filho é um bebé saudável.
- Por favor,
- disseram os meus pais em simultâneo. – diga-nos o que se passa.
- Com
certeza! O vosso bebé nasceu com uma deficiência visual.
- O que é que
significa? Estará a dizer-nos que é cego? – ouvi o meu pai a questionar.
- Sim. E,
infelizmente, não podemos fazer nada.
Senti, então,
a minha mãe levantar-se e pegar em mim ao colo.
- Sabes, meu
amor, és o ser mais maravilhoso e perfeito que eu já vi em toda a minha vida.
És fruto do amor de duas pessoas que vão cuidar de ti e fazer de ti um homem
fantástico, capaz de vencer barreiras.
Senti a força
daquelas belas palavras percorrerem o meu pequeno corpo como se um fogo
alastrasse pelas minhas veias e as mãos fortes do meu pai, que se juntaram a
esse abraço, e isso foi tudo o que eu precisei para compreender que a visão, ou
a sua falta, era apenas um pormenor.
Cresci
rodeado dessa força que os meus pais e depois também a minha irmã, dois anos
mais nova, me deram e continuam a dar.
Aprendi o
alfabeto Braille, o que facilitou bastante os meus estudos, era a minha forma
de ler, de estudar, de sonhar. Aliás, de sonhar com um futuro em grande como
sempre me ensinaram os meus pais, a mim e à minha irmã.
O Braille
abre-me fronteiras extraordinárias que me permitem ir cada vez mais longe. A
busca do conhecimento tornou-se parte de mim e eu sou feliz.
Atualmente
estou a estudar engenharia eletrónica. Na realidade, já estou a fazer o estágio
numa empresa e eles pretendem ficar comigo, pois gostam muito do meu trabalho.
E eu estou a adorar!
Dizem que um
invisual de nascença desenvolve outras capacidades, nomeadamente o sentido
auditivo. Talvez tenha sido esse que me tenha levado a estar tão atento a todos
os pormenores desde o dia que nasci.
Nunca me
esqueço do que os meus pais me disseram naquele dia no hospital: que eu iria
ser capaz de vencer barreiras. Penso que não sou só eu. Mas todos nós!
Adriana Matos e Sofia Pedrosa, O Ciclista
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