Decorria
o dia 28 de junho quando, na Biblioteca Municipal de Anadia, teve lugar a
inauguração da 1ª Edição da exposição “Desvendar o nosso Património”.
A
cerimónia da inauguração decorreu na Sala Polivalente. Feita a abertura pela
Dra. Sónia Almeida, responsável pela Biblioteca Municipal de Anadia, coube à Arquiteta
Alice Lourenço, docente de Educação Visual e uma das responsáveis pelo evento, explicar aos presentes que “esta exposição tem como que objetivo dar a conhecer
o trabalho realizado nas disciplinas de Educação Visual, História e Português,
pelos alunos do 8º ano, da Escola Básica nº 2 de Anadia, do Agrupamento de
Escolas de Anadia”. Seguidamente agradeceu a colaboração das colegas Dra.
Manuela Agante, Dra. Júlia Almeida e Dra. Teresa Glória, e dos colegas já
aposentados Dra. Graça Soares, Dra. Lurdes Rolo e Dr. João Simões”.
Assistiu-se
depois a uma pequena dramatização, da responsabilidade da docente, Dra. Licínia
Vieira, docente de Português/Francês. Os alunos envolvidos, a Margarida
Pereira, do 8º B, e o Gonçalo Santos, o Luís Pedro Cardoso e o David Santos, do
8º D, conduziram-nos até épocas já longínquas de Anadia.
A
Margarida Pereira, no papel de Ana Dias,
com o seu ar atrevido e bem camponês, transportou-nos no tempo até às eventuais
origens do topónimo da nossa bela cidade de Anadia. Luís Pedro Cardoso
interpretou de forma genial, José
Luciano de Castro, relatando-nos pedaços da sua vida académica e política.
O Gonçalo Santos, com a voz off da Dra. Licínia Vieira, trouxe-nos à memória Fausto
Sampaio, que demonstrou ter uma grande sensibilidade para se expressar através
da pintura, apesar da sua incapacidade auditiva. Finalmente, o David
Santos, na pele do grande filósofo, político e poeta Manuel Rodrigues Lapa, retratou com singular perícia a sua
extraordinária vida.
Este
pequeno grande momento não ficaria completo sem mais um tributo à nossa bela
cidade, com a singular e bastante antiga canção intitulada “Linda Anadia”, da
autoria dos Rouxinóis da Bairrada e hoje interpretada na belíssima voz da
Margarida Pereira.
No
final da apresentação a docente, Dra. Teresa Paula, teceu os habituais
agradecimentos, bem como fez ainda um rasgado e merecido elogio ao trabalho
desenvolvido pelos quatro alunos envolvidos nesta dramatização, assim como aos
alunos que produziram todo o trabalho patente na exposição.
Os
nossos olhos percorreram encantados a exposição, que retrata o património do
nosso concelho usando várias técnicas como o lápis de cor e a aguarela, numa
explosão de beleza e excelência.
Dada
a nossa presença no evento, não quisemos perder a oportunidade de, como diz o
povo brasileiro, “bater umas fotos”, para dar um “cheirinho” aos nossos
leitores do que perdem, se não vierem visitar esta extraordinária exposição. Fotos estas que apenas divulgaremos amanhã!
A
reportagem não ficaria completa se não fosse embelezada com o parecer de
algumas das docente que tornaram possível este magnífico projeto. Comecei por entrevistar
a responsável pela fantástica dramatização, Dra. Licínia Vieira. A entrevista
seguiu com as mentoras do projeto que se prontificaram a fornecer todas as
informações acerca do mesmo.
O Ciclista
– Antes de mais gostaria de expressar os meus sinceros parabéns pelo vosso
magnífico projeto, bem como pelo trabalho realizado pelos alunos. As minhas
felicitações vão também para a fantástica dramatização! Por isso, a primeira
pergunta dirijo-a à Licínia, pois creio que os leitores d’O Ciclista estão
interessados em saber de quem foi a ideia de fazer esta dramatização.
Licínia Vieira
– A ideia e o convite partiu da Alice Lourenço. Ela sabe como eu gosto de
teatro e falou-me do projeto. A ideia agradou-me e decidi então concretizá-la.
O Ciclista
– Poderás elucidar-nos como foi feita a escolha das celebridades?
Licínia Vieira
– A escolha das celebridades foi relativamente simples. São todas elas figuras
importantes do concelho de Anadia e, como tal, decidi que seria uma forma de as
homenagear e em simultâneo de enaltecer o seu contributo no contexto nacional.
O Ciclista
– Quem redigiu as suas falas?
Licínia Vieira
– As falas foram produzidas por mim, tendo por base a vida e obra de cada uma
das celebridades.
O Ciclista
– Licínia, gostarias de acrescentar algo mais sobre este trabalho?
Licínia Vieira
– Gostaria de dizer que este trabalho demostra bem o que é feito nas escolas.
Demonstra que os docentes não se limitam a lecionar o que é devido a cada uma
das disciplinas, mas trabalham muito mais do que os conteúdos disciplinares.
Este é o resultado de um trabalho interdisciplinar que foi muito além das horas
letivas e que pode ser apreciado por toda a comunidade.
O Ciclista
– Finalmente, gostarias de dizer algo para os leitores d’O Ciclista?
Licínia Vieira
– Há muitos anos que aguardo esta pergunta! Não vou simplesmente dizer,
pois pretendo gritar bem alto aos leitores: divulguem os textos junto
dos vossos amigos, falem d'O Ciclista a quem não sabe pedalar, percorram grandes distâncias com a vossa voz e admirem
quem por vocês joga com as palavras às escondidas! E aos outros que
virão a ser também, um dia, leitores deste JORNAL ESCOLAR, desejo que
encontrem nele a melodia da escrita na fonte fresca que
procuravam.
O
Ciclista – Obrigada Licínia pelas belas palavras e pelo
incentivo que abrangem. Dirijo-me agora às duas colegas responsáveis pela
exposição, a Alice e a Teresa. Gostaria que nos elucidassem de como surgiu a
ideia da exposição.
Alice
Lourenço – A ideia da exposição surgiu do trabalho
realizado inicialmente na disciplina de Educação Visual, onde foi proposto aos
alunos que fizessem um levantamento do Património Edificado nas suas zonas de
residência / proveniência, através de registos gráficos e ou fotográficos. Após
a pesquisa, cada aluno selecionou o edifício a retratar, desenhou-o, à escala,
e fez a aplicação de técnicas, nomeadamente lápis de cor e / ou aguarela.
Teresa
Paula Rodrigues – Na disciplina de História, os
alunos procederam à classificação dos Edifícios, tendo em conta a época / data
de construção, as características arquitetónicas, a função do edifício ou
monumento bem como a breve história dos mesmos.
O
Ciclista – Como é que esse trabalho é visível na
exposição?
Teresa
Paula Rodrigues – Esse trabalho foi compilado em
quatro pequenos livros e ao qual demos o nome de “Um olhar histórico sobre o património edificado de Anadia”.
O
Ciclista – Dada a exposição que acabamos de ver, o
trabalho realizado não foi feito de um dia para o outro…
Alice
Lourenço – Claro que não! Este trabalho teve o seu início
no final do 1º Período letivo e ficou concluído no final do ano. Foi um
trabalho longo, mas que julgamos ter valido a pena, pois a escola é o espaço
privilegiado para incutir nos nossos jovens, homens e mulheres de amanhã, o
sentido de cidadania e promover a valorização do património local.
O
Ciclista – Há algo que gostarias de salientar acerca do
trabalho realizado?
Teresa
Paula – Deixamos como nota o facto de, dada a
proveniência dos alunos, não ter sido possível apresentar trabalhos
representativos de todas as freguesias do concelho.
O
Ciclista – Uma vez que esta é a 1ª edição, o que pretendem
fazer em futuras edições?
Alice
Lourenço – Nesta 1ª Edição a exposição incidiu mais propriamente
sobre o património edificado. Pretendemos em anos futuros alargar esta pesquisa
a outras escolas do Agrupamento, nas mais vastas áreas.
O
Ciclista – Gostariam de deixar algumas palavras finais?
Alice
Lourenço – Gostaríamos de agradecer em primeiro lugar o
apoio que alguns Encarregados de Educação prestaram, ao deslocarem-se com os
seus educandos a fim de fazerem registos fotográficos. À Biblioteca Municipal
de Anadia, pela cedência do espaço e todo o apoio prestado. À Direção do
Agrupamento de Escolas de Anadia, por apoiar projetos deste âmbito. A todos os
alunos que, com muito empenho, colaboraram ativamente para a concretização
desta exposição, alguns até já após o término do ano letivo. Pessoalmente,
gostaria ainda de agradecer a colaboração dos docentes de Educação Visual, nomeadamente à Graça
Soares, pela colaboração na conceção da exposição e cedência de um painel
realizado por alunos, à Teresa Glória, pela colaboração na preparação da
exposição, à Lurdes Rolo e ao João Simões, pelas informações prestadas relativamente
a alguns edifícios.
O
Ciclista – Em meu nome pessoal e da Equipa d’O Ciclista agradeço-vos
por terem concedido esta entrevista.
Nesse
solarengo dia de verão, a Biblioteca Municipal de Anadia abriu-nos as suas
portas e fomos brindados pela magnificência expressa pela arte dos lápis e pincéis dos nossos alunos do 8º ano. Mas, elas continuam abertas para todos.
Não deixe de visitar a Exposição Desvendar o nosso Património!
Graça Matos, O
Ciclista
Eu já visitei a exposição e efetivamente está magnífica.
ResponderEliminarAconselho a todos a passarem por lá.
Excepcional reportagem. Uma verdadeira freelancer jornalística. Adorei a sua maneira de a escrever. Desperta-nos a curiosidade e quase nos deixa a assistir ao evento.
ResponderEliminarParabéns a todos pelo sucesso do evento.
Espero que as fotos divulguem o resto, pois não poderei de todo visitar a exposição pois a distância não me o permite.
Mantenham a excelência do vosso jornal!
MP
Na controvérsia da vossa carreira docente se houver alguma vez situações em que sinta que está farta de abraçar o ensino... decerto tem lugar garantido na carreira jornalística.
ResponderEliminarFaz inveja a muitos profissionais!
A exposição está esplêndida visitem-na!
ResponderEliminarCaríssimos leitores,
ResponderEliminarAgradeço sinceramente os vossos magníficos comentários.
Quanto à profissão docente, continuo a "abraçá-la" com todo o carinho e dedicação e é nos alunos que revejo todo o fruto do meu trabalho. Apesar de toda a controvérsia, como afirma um dos leitores, ainda tenho esperança nestes jovens com quem partilho excelentes momentos.
Este nosso "cantinho" tem um tratamento especial, dado por dez desses jovens que merecem todo o nosso / meu respeito e com os quais tenho um grande orgulho em trabalhar. Saliento ainda a minha colega e grande amiga, a Dra. Sara Castela, que tem feito um trabalho excecional e que merece da minha parte um louvor tão grande, mas não o consigo fazer… pois evadem-se-me as palavras, penso até que nem as deve haver.
Quanto à carreira jornalística, esta não passa de um "hobbies", herança da Dra. Miquelina (que saudades!... e inveja). Este é um trabalho simultaneamente árduo, difícil, incompreendido, desvalorizado, motivante e também gratificante (pelo menos pessoalmente).
Felizmente temos alguns leitores anónimos e não só, que nos incentivam a lutar contra a corrente...
A todos vós, o nosso bem haja!
Graça Matos
Graça
ResponderEliminarSigo o vosso trabalho à distância e é com grande satisfação que vejo este blogue crescer.
Descreveste muito bem o trabalho que realizas - é isso tudo e muito mais: ninguém faz ideia (mesmo que pálida) das horas que um professor tem de dedicar, semanalmente, a um projecto como este. Fala quem sabe...
Parabéns pelos resultados alcançados! Só acrescento, acerca da Sara, que ela foi, desde o nascimento deste blogue, uma colaboradora preciosa. É importante que o trabalho de quem se empenha e trabalha (passo a redundância) seja reconhecido. E é justo!
Para ambas o meu desejo de boas (já que merecidas) férias.
Miquelina Melo
Queridas colegas, Graça e Miquelina,
EliminarAgradeço do fundo do coração as vossas palavras. Entretanto, foram vocês que me deixaram sem palavras!
Quero também agradecer a todos os jovens que pacientemente têm dado o seu grande contributo ao nosso blogue, servindo de motivação a todos aqueles alunos que, por vezes, não reconhecem que têm um certo talento para a escrita e que apenas necessita de um "empurrãozinho" para ser explorado. Por outro lado, tem sido também uma forma de nós, adultos, viajarmos também no mundo da fantasia, através da leitura dos inúmeros textos que já foram publicados e ainda o estão para ser, graças ao excelente e árduo trabalho da minha colega Graça e que já foi da responsabilidade da nossa querida colega Miquelina.
Para finalizar, quero agradecer também a todos aqueles que nos seguem com muito carinho e que estão sempre atentos às publicações do nosso blogue.E que, tal como referiu a minha colega, "nos incentivam a lutar contra a corrente..."
Um bem-haja para todos!
E claro, umas boas férias e boas leituras, pois ainda teremos muito para vos oferecer, resultado do grande empenho, criatividade e prazer pela escrita dos nossos "pequenos" escritores.
Sara Castela