Vivemos momentos nunca imaginados. Fruto da intensificação do contágio pelo vírus Sars-Cov2, responsável pela doença Covid-2019, as aulas pararam a 22 de janeiro. Hoje regressamos à atividade, mas não ao normal. Embora já conhecedores deste novo normal, o ensino não presencial, continua a ser gerador de desigualdades.
Os agrupamentos e as escolas não agrupadas, as câmaras municipais e a sociedade civil em geral, estão a envidar todos os esforços no sentido de minimizarem essas desigualdades, emprestando computadores e outros equipamentos tecnológicos possibilitadores da participação dos alunos no ensino a distância.
Todos os intervenientes no processo de ensino não presencial estão cientes da necessidade de, apesar de não estarem presencialmente numa sala de aula, devem adotar comportamentos que se coadunem com o ambiente de aula, particularmente no que aos alunos diz respeito. Neste âmbito, deixamos algumas normas que não podem ser esquecidas durante a permanência nas “salas de aula” em regime não presencial:
Ø ter uma atitude correta, no respeito pelo(a) docente e pelos teus colegas;
Ø apresentar-se adequadamente vestido(a);
Ø não ingerir alimentos durante as aulas
Ø Não sair da aula. Usar os tempos de intervalos para satisfazer as necessidades fisiológicas ou alimentares;
Ø apresentar o material necessário: manual, caderno diário, material de escrita e outro definido previamente pelo docente de cada disciplina;
Ø manter o telemóvel desligado (caso utilize o PC);
Ø não aceder a redes sociais, plataformas, sem a autorização do docente;
Ø manter a câmara ligada durante as aulas;
Ø manter o microfone desligado (ativar quando o docente o solicitar, ou para tirar dúvidas);
Ø proibição de gravação das aulas e de captação de imagens;
Ø expor de forma oportuna as suas dúvidas;
Ø cumprir as atividades propostas e respeitar o prazo de entrega, nos termos acordados pelo docente;
Ø Estar atento;
Ø apoiar os colegas - trabalho colaborativo interpares.
Finalmente, gostaríamos de deixar umas palavras de esperança a todos os nossos leitores, através do poema de José Jorge Letria (20 de março de 2020):
Esta ausência não foi por nós pedida,
este silêncio não é da nossa lavra,
já nem Pessoa conversa com Pessoa,
com o feitiço sempre imenso da palavra
Este tempo só é o nosso tempo
porque é nossa a dor que nos sufoca
e faz de cada dia a ferida entreaberta
do assombro que esquivando-se nos toca
Esta ausência é dos netos, dos filhos, dos avós,
é a casa alquebrada pelo medo,
é a febre a arder na nossa voz
por saber que o mal a magoa em segredo
Este silêncio é um sussurro tão antigo
que mata como a peste já matava;
vem de longe sem nada ter de amigo
com a mesma angústia que nos castigava
Esta ausência é uma pátria revoltada
que se fecha em casa sempre à espera
que a febre não a vença nem lhe roube
a luz mansa que lhe traz a Primavera
Esta casa somos nós de sentinela,
à espera que a rua de novo nos console
e que festeje debruçada à janela
a alegria que só nasce com o sol
Esta ausência mais tarde há-de ter fim,
por nada lhe faltar nem inocência;
que se escute o desejo de saúde
anunciando que vai pôr fim à inclemência
Que se abram as portas e as janelas,
que o medo, derrotado, parta sem destino
por ser esse o sonho colorido
que ilumina o riso de um menino.
Graça Matos, O Ciclista
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