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sábado, 29 de julho de 2017

A Guitarra Mágica



Era uma vez, numa aldeia, uma família que estava sempre a ser amaldiçoada e todos os membros que a constituíam pensavam que a situação se devia a uma guitarra que tinham comprado numa feira local.
Eis então que, fartos do que lhes acontecia no dia a dia, decidiram colocar a guitarra no lixo. Entretanto, quando estavam a colocá-la no lixo, estava a passar precisamente por perto uma menina que adorava música e, muito intrigada, perguntou:
- Por que razão é que estão a deitar uma guitarra para o lixo?
- Esta guitarra amaldiçoa as pessoas, por isso é que não a queremos mais. - informou o elemento mais jovem daquela família.
De seguida, a menina questionou:
- E como sabem que é amaldiçoada?
- Pois, desde que a comprámos, só nos acontecem coisas más.
A menina, como não se convenceu disso, decidiu levar a guitarra para casa.
No caminho, passou por um pobrezinho que estava a pedir esmola e ela, com pena, pôs a mão no bolso para ver se tinha alguma moeda. A sua deceção foi quando se apercebeu que só tinha uma moeda, mas mesmo assim decidiu dá-la. Com este ato de bondade e por magia, a guitarra tocou uma pequena melodia e o bolso encheu-se de moedas que as partilhou com o pobrezinho.
Continuando o seu caminho para casa, encontrou um mendigo que estava a pedir comida e, como ela tinha um coração bom, convidou-o a ir a sua casa comer. Quando chegou a casa, viu que só havia um pão e que tinha de dar para a sua família e para o mendigo. Só que novamente a guitarra tocou e a mesa encheu-se de comida. Sendo assim, com todos estes acontecimentos, a menina passou a acreditar que aquela guitarra era, de facto, mágica, mas não entendia como.
Nessa noite, quando estava a dormir, a guitarra confessou à menina em sonho que a família que a tinha posto no lixo era má e invejosa e, por isso, é que eram amaldiçoados.
Então, no dia seguinte, ela concluiu que há sonhos azuis, amarelos ou multicolores e guitarras mágicas ou não, e que tudo depende da bondade do nosso coração.
Beatriz Simões Rolo, n.º 5, 7.º F

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