O atentado contra o jornal
satírico Charlie Hebdo irá ficar gravado,
sem dúvida, nas nossas memórias tal como na nossa história contemporânea.
Na verdade, o que aconteceu
naquela redação foi uma perda desmensurada e creio que pode dar origem a uma
‘luta’ cultural.
O que mais me impressionou foi
o ataque à liberdade de expressão e o facto de que, afinal, muitas pessoas não
se apercebem daquilo que as rodeia e do caos que seria se não tivéssemos
liberdade, tendo em conta os impactos negativos que tal situação poderia
trazer.
Neste momento, as pessoas
afirmam que o ambiente em França se tornou mau, consumido pelo medo. Por outro
lado, asseveram que um ar de guerra paira no ar, tendo-se tornado em algo vazio
e tomado por silêncios ‘pesados e barulhentos’.
Claro que um acontecimento com
esta dimensão gerou várias opiniões acerca da atitude e reação dos jornalistas
e cartoonistas, não só do jornal mas também de todo o mundo. Como facilmente se
compreende, essas opiniões subdividem-se em apoios e oposições.
Quem apoia a reação destes defende
a liberdade de expressão e respeita-a, ficando sempre comovido, porque se trata
de um tema sensível. Por outro lado, quem se opõe a esta mesma reação critica e
usa como ‘arma’ o facto de o jornal já ter sido ameaçado, dizendo mesmo que,
por esse motivo, deviam ter parado.
Contudo, há alguns sentimentos
em comum, nomeadamente o choque e a tristeza pelo acontecimento e um enorme
apoio para continuarem.
A minha posição também é de
apoio a todos estes jornalistas e até a posso fundamentar na frase que passo a
citar, dita num dos vários discursos resultantes das críticas feitas ao jornal,
“se imponho limites ou restrições à
liberdade então deixo de ter a minha própria liberdade”.
Muitas pessoas viram este acontecimento como o
resultado das ‘ofensas’ feitas pelo jornal. Porém, a meu ver, os desenhos
retratam críticas e não ‘ofensas’ e é, de facto, admirável todo o apoio que Charlie Hebdo recebeu um pouco por todo
o mundo.
Beatriz
Agante de Almeida, O Ciclista
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