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segunda-feira, 24 de maio de 2021

O ponto preto

 

Um simples ponto preto no meio de uma página em branco, permite uma reflexão diferente de indivíduo para indivíduo. Permite compreender que existem grandes diferenças de observador para observador…

Um ponto preto no meio do nada. Sim, é um simples ponto que pode, à primeira vista, parecer insignificante, mas, se olharmos bem no seu fundo, ele mostra-nos o quanto é profundo. Ele é o centro de tudo. Pois, tudo tem o seu centro: as emoções, os objetos e também a vida.

Sim, sentimos que ele é como a vida, pois tudo começa como um simples ponto preto, que depois começa a crescer, a alastrar e a ficar cheio de cor. A crescer como as raízes, pois nenhuma se desenvolve totalmente direita e de forma igual.

E são tantas as perspetivas da vida! E tantos aspetos que podemos ver nesse pequeno ponto. Tantas as ilações que se configuram a partir dessa página com esse simples ponto. Podemos ver, nessa página em branco, a grandeza da vida e como todos somos importantes e nos podemos destacar, como esse simples ponto preto, ou como nos podemos sentir sós, neste imenso mundo (em) branco.

Para uns, este pequeno ponto não passa de um simples e único ponto preto no meio do nada, pois sentem que à sua volta não há nada, só o vazio. Por isso, lhes lembra a solidão. A solidão que sentem. A solidão por estarem sozinhos, sem companhia, sem amigos e que baixam os braços e não lutam pelo seu lugar. E, é nesta solidão que sentem a sua autoestima deitada abaixo.

Faz-nos pensar numa pessoa diferente e que é julgada e separada dos outros, que foi excluída de um grupo e a seguir fica só e triste. Este simples ponto preto lembra a tristeza que existe em nós. Todavia, podemos encará-lo segundo outra perspetiva. O ponto preto somos nós e, o fundo branco é a música. A música que nos faz pensar nas coisas boas e más da vida. Que nos inspira com o seu ritmo, que nos faz pensar, descontrair e relaxar. Cada música tem um significado especial para alguém e nelas, o autor, quer transmitir sempre alguma coisa. Porém, quando se ouve, o significado torna-se o de cada um. Cada um a interpreta à sua maneira. Cada música funciona como única. O ponto sozinho é como nós, pois às vezes gostamos de estar a ouvir a música sozinhos, no nosso mundo!

Alguns focam os seus sentidos apenas no ponto preto, esquecendo a imensidão dessa página em branco, que nos remete para o que nos inspira, para o que ansiamos, para um mundo de oportunidades. Muitos de nós vamos buscar inspiração nas pessoas do nosso dia a dia e, muito particularmente, nos nossos pais: “o meu pai inspira-me visto que tem uma personalidade forte e é muito inteligente”, ou em figuras públicas como o tenista alemão Alexander Zverev que passou por muitas dificuldades para chegar onde chegou.

Ao olhar para essa página quase em branco, pois no seu centro tem o ponto preto, imaginamo-nos sozinhos, emersos num mar profundo, só nós, a água, o céu e o Sol dourado, a pensar na vida e de como vamos ser no futuro.

O pequeno ponto preto é, também, um ponto de inspiração. Ele permite o sonho e projetar o futuro: “faz-me lembrar uma roda de um carro, porque no futuro gostava de ser mecânico”.

O ponto faz-nos lembrar o Sol, porque é redondo e se destaca e domina o horizonte. O Sol, magnânimo, isolado e sem depender de ninguém, mas que brilha por si mesmo. Faz-nos refletir e pensar que não precisamos de ninguém para ser felizes e que sozinhos conseguimos brilhar.

Este ponto lembra-nos que, por mais pequeno que seja, todos têm o seu valor e que bem lá no fundo têm sempre algo de bom para mostrar.

Esse ponto lembra-nos aqueles que partiram da Terra e que hoje são uma estrelinha no céu: “O meu avô já é uma estrelinha lá no céu que me dá vontade de viver e me inspira em muito. Não me inspira só por ser meu avô, mas também pela pessoa que ele foi: uma pessoa espetacular, quem me dera ser como ele.”

Finalmente, devemos pensar que esse ponto demonstra que, embora se diga que “juntos somos mais fortes”, todos temos um papel no Mundo. Devemos focar-nos no facto de que um ponto tão pequeno ao pé do branco por muito insignificante que pareça, por ser tão pequeno, ter tanto destaque.

Os alunos do 9.º F, Escola Básica e Secundária de Anadia

(Texto elaborado em DTA)

2 comentários:

  1. Excelente reflexão. Parabéns aos alunos.

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  2. Fantástico texto. Bem escrito e com uma / muitas mensagens. Realmente podemos interpretar de formas tão diversas a mesma coisa.
    Obrigado por me terem feito pensar.

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