Tire um minuto para dizer obrigado foi o mote da OMS (Organização Mundial
da Saúde) no Dia Mundial da Saúde, realizado a 7 de abril.
A OMS declarou, ainda no ano de 2019, que 2020 seria o Ano Internacional
do Enfermeiro.
Apresentamos as seis razões pelas quais 2020 é um ano tão especial e
importante para a enfermagem:
1.º É o 200.º
aniversário de Florence Nightingale
Florence
Nightingale nasceu a 12 de maio de 1820, fazendo de 2020 o 200.º aniversário do
seu nascimento. A "Dama da Lamparina" tornou-se a fundadora da
enfermagem moderna e a primeira mulher a receber a Ordem de Mérito. Durante a
Guerra da Crimeia, Nightingale foi colocada a cargo da enfermagem de soldados
britânicos e aliados na Turquia. O tempo que passou nas enfermarias,
especialmente durante as suas rondas noturnas, valeram-lhe o apelido de "Dama
da Lamparina", tendo começado a formalizar a educação de enfermagem.
Fundou a primeira escola de enfermagem de base científica, a Nightingale School
of Nursing, no St. Thomas' Hospital, em Londres, em 1860. Nightingale continua
a inspirar enfermeiras em todo o mundo com o seu legado de dedicação e
inovação. Enquanto o seu aniversário é comemorado todos os anos a 12 de maio,
como o Dia Internacional do Enfermeiro, em 2020 as comemorações irão decorrer
ao longo de todo o ano.
2.º Será lançado
o primeiro Relatório sobre o Estado da Enfermagem no mundo.
Durante o
Ano do Enfermeiro, antes da 73.ª Assembleia Mundial da Saúde, em maio de 2020,
a OMS vai lançar o seu primeiro relatório sobre o estado da Enfermagem e que
“descreverá a força de trabalho de enfermagem nos Estados-Membros da OMS,
fornecendo uma avaliação da "adequação ao objetivo" relativamente às
metas do 13.º Programa Geral de Trabalho”. Este programa estabelece as
prioridades de liderança da OMS em blocos de cinco anos (2019-2023), sendo que
algumas das metas da OMS incluem a redução da taxa mundial de mortalidade
materna em 30% e a redução da incidência de casos de malária em 50%.
3.º É o culminar
da campanha Nursing Now
A campanha
mundial de três anos Nursing Now, lançada em 2018, terminará no final de
2020. A Nursing Now é uma colaboração entre a OMS e o Conselho
Internacional de Enfermeiros (ICN) e é defendida por Kate Middleton, Duquesa de
Cambridge. A ação Nursing Now concentra-se em cinco áreas:
assegurar que enfermeiros e enfermeiros especialistas em Saúde Materna e
Obstétrica tenham uma voz mais proeminente na elaboração de políticas de saúde;
encorajar um maior investimento na força de trabalho de enfermagem; recrutar
mais enfermeiros para posições de liderança; conduzir investigações que ajudem
a determinar onde os enfermeiros podem ter maior impacto; e partilhar as
melhores práticas de enfermagem. Os enfermeiros podem associar-se à campanha Nursing
Now assinando o seu compromisso de apoio, divulgando a iniciativa nas
redes sociais, organizando eventos, partilhando as suas experiências com outros
enfermeiros e organizando-se para defender a enfermagem. Existem atualmente
grupos Nursing Now em mais de 100 países.
4.º Os
enfermeiros constituem a maioria da força mundial de saúde
Enquanto os
médicos recebem grande parte da atenção, especialmente nas nações ocidentais,
os enfermeiros e enfermeiros especialistas em Saúde Materna e Obstétrica
constituem mais de 50% da força de trabalho na área da saúde em muitos países.
Os enfermeiros estão geralmente a linha de frente dos cuidados e, em alguns
casos, podem ser o único provedor de saúde na região, especialmente em países
em desenvolvimento. Eles fazem a diferença, não apenas na vida de cada
paciente, mas também na comunidade como um todo. Devido ao seu grande número e
aos locais onde frequentemente trabalham, os enfermeiros são agentes vitais
para melhorar os resultados da saúde pública em todo o mundo.
5.º Há um grande
défice de enfermeiros
Devido ao
papel importante que desempenham na força de trabalho de saúde em todo o mundo,
os enfermeiros e enfermeiros especialistas em Saúde Materna e Obstétrica também
representam mais de 50% da falta de profissionais de saúde até 2030. O Bureau
of Labor Statistics (BLS) – dos Estados Unidos da América – prevê que o
emprego para enfermeiros registados deverá crescer 12% de 2018 a 2028, muito
mais rápido do que a média de todas as profissões. O BLS também prevê que os
EUA precisarão de mais 200 mil enfermeiros por ano até 2026, totalizando mais
de um milhão de enfermeiros. E este é o exemplo de um país que já tinha uma
infraestrutura de saúde significativamente mais desenvolvida que a de outros
países.
6.º O apoio aos
enfermeiros impulsiona o crescimento económico e a igualdade de género
Como parte
da campanha Nursing Now e dos seus esforços para apoiar os enfermeiros,
a OMS fala frequentemente do “impacto triplo” que advém ao darmos aos
enfermeiros o que eles precisam: melhor saúde, economias mais fortes e maior
igualdade de género. Embora o primeiro resultado seja mais óbvio, o segundo é
igualmente importante. Embora os homens possam e se tornem enfermeiros, a
grande maioria dos enfermeiros em todo o mundo são mulheres. Tornar-se
enfermeira abre novas possibilidades para as mulheres, dando-lhes a oportunidade
de receber educação formal, inscrever-se em programas de formação, obter uma
cédula e, finalmente, conseguir um emprego e o rendimento a ele associado. Isto
melhora o crescimento económico geral e também aumenta a igualdade de género na
força de trabalho.
Para Pedro Lopes, Presidente do Conselho de Enfermagem
Regional da Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros, “os
enfermeiros devem, todos os dias, orgulhar-se do trabalho que desempenham
quando colocam a sua farda em prol do cidadão, mas, em 2020, deverão fazê-lo
com a confiança extra de saber que é o Ano Internacional do Enfermeiro. Falta,
muitas vezes, o empoderamento do enfermeiro para se consciencializar da
importância dos seus cuidados. Se o mundo já mudou, Portugal também tem de
mudar e valorizar o impacto positivo que o Enfermeiro gera na cadeia de valor
do Sistema Nacional de Saúde”.
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