“Bolinhos e bolinhós
Para mim e para vós…”
Se os meninos cantaram estes versos à sua porta em vez das atuais “doçura e
travessura”, esperamos que se tenha deixado comover por esta nossa tão antiga
tradição, pois se ainda há miúdos que sabem entoar esta cantilena, são de
louvar. Por tal, esperamos que tenham recebido em troca alguma coisa, pois
decerto saberão, também os tradicionais versos de agradecimento.
“Aqui mora gente boa…”
Esta é a nossa “gente”, a nossa história, a nossa tradição. Muito embora a “globalização
e o consumismo tragam outros valores e outros rituais, não devemos esquecer,
nem colocar de parte a riqueza do nosso património cultural.
O Pão-por-Deus, já
mencionado no século XV, é um peditório ritual feito por crianças, apesar de
antigamente também participarem os pobres. A intenção era a de partilhar o pão. A tradição manteve-se ao longo dos tempos, embora o
“peditório” passasse a ser feito apenas por crianças, e, em vez de pão, os
donos das casas ofertaram bolinhos, romãs e frutos secos, ou doces e guloseimas
e, também, quem dê dinheiro.
A própria abóbora iluminada
também é uma tradição portuguesa e espanhola. A tradição de esculpir abóboras
com rostos é uma tradição milenar na Península Ibérica que remonta ao tempo dos
celtiberos.
Deixamos
a cantilena dos Santórios:
Bolinhos e bolinhos
Para mim e para vós,
Para dar aos finados
Que estão mortos e enterrados
À porta da bela cruz
Truz! Truz! Truz!
(batem as crianças à porta e dizem ou cantam)
A senhora que está lá dentro
Sentada num banquinho
Faz favor de vir cá fora
P´ra nos dar um bolinho (ou um tostãozinho)
(E se forem bem sucedidos)
Esta casa cheira a broa,
Aqui mora gente boa.
ou
Esta casa cheira a vinho,
Esta casa cheira a vinho,
Aqui mora um santinho.
(Se nada receberem)
Esta casa cheira a alho
Aqui mora algum bandalho (ou espantalho).
ou
Esta casa cheira a unto,
Esta casa cheira a unto,
Aqui mora algum defunto!"
Equipa
d’O Ciclista
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