16 de Outubro
Verdade seja dita, mas sopas variadas, deliciosas, completas, ricas,
portuguesas, exóticas são as apresentadas nas “mostras de sopas” da Escola
Básica nº 2 de Vilarinho do Bairro. Este ano completou-se a nona
edição que contou, como é habitual, com a colaboração sempre prestável
dos encarregados de educação, dos alunos do Ensino Especial, do Professor João
Joaquim, do Rancho Folclórico da Casa do Povo e claro, da nossa Biblioteca!
Integrado no Projeto Educação para a Saúde e no Projeto Sopa.come esta
atividade procura incutir nos jovens o hábito saudável de comer sopa
diariamente, assim como a redução de sal na mesma visando a prevenção de
doenças cardiovasculares.
“Sabores da História –
cozinha muçulmana” foi a temática da Biblioteca, tendo sido
confecionado uma sopa muito comum na Jordânia Scorba hummus wa ful /sopa
de grão e favas. Apreciada pela sua textura e sabor, a prova foi a panela ter
ficado vazia em pouco tempo!
Na mesa expositiva, a Professora Bibliotecária apresentou alguns objetos
ligados à cozinha árabe devidamente identificados: almofariz, alguidar,
almotolia, tajine, tabuleiro, bule, cantil em cobre e latão, copo com chá de
menta... e uma listagem com palavras árabes que entraram no vocabulário
gastronómico português. Os livros do receituário tradicional foram
gentilmente emprestados por várias Colegas da escola.
Produziu-se mais um folheto com alguma informação pertinente, para além da
receita da “bibliosopa” e hamud (sopa de galinha com limão).
Para rematar a refeição, na Biblioteca, um cesto com fruta com o lema:
“Requisita um livro e come uma peça de fruta!”
Assim se assinalou o “Dia Mundial da Alimentação”!
Os Árabes na Península Ibérica
A
influência árabe na gastronomia portuguesa está patente com particular
incidência no Alentejo e no Algarve, regiões que integravam Al-Andaluz. São
muitos os termos de origem árabe para designar alimentos, utensílios de cozinha
e pratos cozinhados. A nossa doçaria popular e conventual tem matriz muçulmana.
A cozinha
do Al-Andaluz influenciou a cozinha portuguesa, chegando aos nossos dias com
traços e sabores bem caraterísticos da permanência dos muçulmanos em território
peninsular, cerca de 800 anos: escabeche, ensopados, almôndegas, açordas
(migas), arroz doce, aletria, frutos secos, mel, queijadas, maçapão (pasta de
amêndoa), ervas de cheiro e especiarias (coentros, hortelã, orégãos, canela,
pimenta, cominhos, açafrão...).
Novas
culturas foram introduzidas: alface, alfarroba, abóbora, alcachofra, azeite,
laranja, tremoço, limão, tendo-se desenvolvido graças à introdução de novas
técnicas agrícolas, como a azenha, a nora e o
açude.
Noémia M. Lopes (Professora Bibliotecária)
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