Aquele
encontro
Num daqueles dias
em que o Sol espreita pela janela e o som musicado dos pássaros paira no ar,
deu-se algo que me congelou por dentro e por fora.
Desde pequena que
ouvia relatos de uma senhora velhinha, de costas curvadas, cabelos negros, face
enrugada e vestes pretas por respeito ao seu amado já falecido. Uma senhora
lutadora que, apesar de sofredora, tinha sempre um sorriso nos lábios para
oferecer a todos. Esta magnífica mulher é precisamente a minha bisavó que de
tão inspiradora me deu o seu nome, Margarida.
Mas voltando ao meu
dia. Ia a passear calmamente pelas ruas, quando observei alguém ainda longe.
Esta pessoa foi-se aproximando e, quando já estava perto, percebi que era ela,
a mulher tão incrível. Trazia agora umas enormes asas brancas nas costas e
estava toda ela vestida de branco. Naquele momento nada mais me passou pela
cabeça senão correr para os seus braços.
- Meu amor, como
estás crescida. Tornaste-te numa mulher! - exclamou ela um pouco emocionada.
Já eu não consegui
responder e um mar de lágrimas cresceu nos meus olhos. Apenas a abracei ainda
com mais força para ter a certeza que aquele momento era real e que não se
tratava apenas de um sonho. Nunca a tinha conhecido pessoalmente, com grande
pena por minha parte, pelo facto de já não estar presente quando apareci neste
mundo.
Estivemos
juntas o dia inteiro a passear pelas ruas sem um rumo certo, uma vez que não
iria durar muito mais esta aparição, porque no fim do dia era altura de partir.
Uma
luz brilhante apareceu naquele que parecia o pôr do sol mais bonito de sempre.
Aí ela sussurrou ao meu ouvido:
- Eu
voltarei, estarei contigo a cada pisada que deres no teu caminho e, acima de
tudo, continuarei a amar-te, minha querida.
Margarida
Costa Pereira, nº 15, 9º A / O Ciclista
A tua história está fantástica.
ResponderEliminarParabéns!
GM
Lindo texto, Margarida, e muito bem escrito! Li-o com muito prazer. Continua a escrever!
ResponderEliminarMM
Muito obrigada pelos comentários. É muito gratificante saber que gostam do meu trabalho.
ResponderEliminarMargarida Pereira