Era uma vez um menino
que gostava de escrever versos. Porém, como eu não tenho jeito para isso, uma
história em prosa eu vou criar.
Quando se é jovem,
novo, “fresco que nem uma alface”, pensa-se que se é capaz de tudo. Bom! Isso é
característico de um determinado grupo de jovens. Depois temos também aqueles
que se dedicam às várias artes e sobretudo àquilo de que gostam, tal como
aquele menino tímido, sincero e simpático de que vos falei há pouco.
Esse menino tinha uma
paixão secreta, um segredo tímido e bem escondido. Esse segredo era a sua
poesia e a sua paixão, os versos. Na verdade, quando este rapazinho escrevia,
transformava-se numa outra pessoa. Ao contrário do que aparentava ser, com uma
folha, uma caneta e a imaginação, tornava-se rebelde, num turbilhão de emoções.
Algo difícil de acreditar.
A paixão, que
irradiava dos seus versos, apaixonava, torturava, envolvia, enlouquecia e
arrebatava o leitor. Enquanto isso, o menino continuava a apresentar o
semblante angelical.
Mais tarde, guardou
todos os seus versos e, com eles, também toda a sua paixão, numa caixa fechada
e isolada.
A caixa ainda existe
e a paixão continua acesa. Estão assim apenas à espera que, um dia mais tarde,
outro amante de poesia continue a escrever versos.
Beatriz
Agante, nº 9, 8º E