O
dia 11 de março foi proclamado o Dia Europeu das Vítimas do Terrorismo numa
homenagem a todos os que perderam a vida, familiares ou amigos, em ataques
terroristas.
Esta
é a história que lembra este dia…
Mahdi
Mahdi
era um rapazinho sírio que vivia com os seus pais e a sua irmã nos Estados
Unidos da América. Era uma criança muito inteligente que seguia
incondicionalmente as regras incutidas e os ensinamentos transmitidos pelos
pais. Mahdi era um aluno recém-chegado a Manhattan e por esse motivo tinha apenas
um amigo, o Justin. Na verdade, tinha tido grandes dificuldades em adaptar-se a
Manhattan, pois era uma cidade completamente diferente, onde já tinha estado,
mas a pobreza da sua família obrigou-o a emigrar à procura de melhores
condições de vida.
O seu amigo, que era bastante pequeno para a
idade que tinha, defendeu-o e orientou-o naquela nova cidade, naquela nova
escola e naquele novo mundo. Felizmente o seu pai e a sua mãe estavam ambos
empregados. A sua irmã encontrava-se numa universidade muito prestigiada,
embora um pouco distante do local onde habitavam. Depois do primeiro impacto, a
família de Mahdi estava muito feliz pela opção que tomara.
Num
dia, em que as nuvens não permitiam ver o sol, Mahdi e o seu companheiro Justin
saíram da escola depois da última aula. Os dois amigos estavam a planear o que
iriam fazer, quando na praça West Village foram surpreendidos por um pequeno
concerto, que não identificaram de imediato para que serviria. Eram muitas as
pessoas que rodeavam aquele pequeno palco com cerca de metro e meio de altura.
Mahdi, como estava muito ansioso por chegar a casa para relatar aos pais a
excelente nota que tirara no teste, decidiu não se aproximar. No entanto, o
espírito de curiosidade de Justin falou mais alto e optou por ir para o meio da
multidão tentar descobrir o objetivo daquele concerto no centro da praça,
enquanto Mahdi esperava por ele. Rapidamente percebeu que as canções tinham em
vista uma grande angariação de fundos destinada a uma instituição que cuida de
casos de fome em África.
Entretanto,
Mahdi reparara na silhueta de um homem com uma estatura média, que na cintura
trazia uma espécie de cartuchos quadrados. Era bastante semelhante aos
vendedores de rifas e de boletins para a lotaria, mas naquele homem havia uma
anormalidade: esses cartuchos estavam por dentro da camisola, quando num
vendedor estariam bem à vista para chamar à atenção, porque todas as pessoas
eram possíveis compradores. Mas da mesma maneira como lhe veio aquele
pensamento à cabeça, da mesma maneira se sumiu na sua mente substituído pela
ânsia de chegar a casa. Contudo, escassos segundos depois, uma explosão que
empurrou Mahdi contra uma árvore seguida de um estrondo aterrador fizera
estilhaçar no chão todas as vitrinas que protegiam as montras daquela bonita
praça. Uma enorme nuvem de fumo impediu o jovem sírio de perceber o que tinha
acontecido. O seu joelho tinha sido rasgado por um pequeno pedaço de vidro, o
que o fazia cambalear. Momentos depois, furou por entre a nuvem de fumo e
deparou-se com um cenário com o qual ficou chocado, pois todas as pessoas que
estavam de pé a dançar estavam agora deitadas e rodeadas de poças de sangue,
algumas delas tinham perdido até os membros. Este cenário aterrorizador fê-lo
ficar parado e como que hipnotizado. Seguidamente, uma voz fez com que ele
encarasse a situação e avançasse em auxílio dos mais necessitados. A voz que
reconheceu de imediato chamou-o, e sem hesitar Mahdi foi ajudar Justin que estava
gravemente ferido, pois um cabo de eletricidade cortara-o e tinha receio que pudesse
ter fraturado uma ou duas costelas, porque Justin estava com grandes dificuldades em
respirar. Instantes depois, Mahdi ficou muito aliviado ao ouvir o som da ambulância.
No
final deste dia desastroso, o jovem levou alguns pontos no joelho. Porém, Justin
não teve tanta sorte, pois estava prevista uma recuperação lenta mas, apesar de
tudo, eficaz. Infelizmente, a maioria das pessoas que se encontravam naquele
local acabara por falecer, umas logo após a explosão, outras já no hospital. A
polícia percebeu que tinha sido um bombista suicida e Mahdi encaixou todas as
peças e percebeu tudo naquele momento. A notícia rapidamente percorreu todo o
país e as cadeias televisas só passavam reportagens em direto sobre o sucedido.
Mahdi
não percebia o porquê daquele homem ter cometido tal crime. Dezenas de pessoas
inocentes morreram e outras ficaram feridas. Porquê? Porque é que alguém
consegue causar tanta dor a pessoas inocentes? Porquê o terrorismo?
João Pedro Rocha, O Ciclista
Parabéns João pelo extraordinário texto que hoje escreveste.
ResponderEliminarGM
Bom trabalho, João Pedro
ResponderEliminarEfetivamente este texto assinala muito bem o dia europeu das vitimas do terrorismo