Na passada segunda-feira, dia
17 de março, na nossa biblioteca, presenciámos um encontro com Ana Macedo,
autora do livro Lágrimas Coloridas e Sem Pecados na Culpa.
A atividade foi destinada, em
especial, aos alunos do 6º ano e teve a particularidade de ser efetuada de uma
maneira dinâmica, pois as perguntas sobre a autora e os seus livros eram
colocadas pelos próprios alunos presentes. Durante o encontro, as questões que
surgiram foram diversas e a autora revelou-se sempre muito simpática e
comunicativa com todos, aliás foi fácil verificar todo o prazer que põe no
trabalho de escrita que vai desenvolvendo. Ana Macedo foi respondendo a todas
as solicitações e evidenciando que, se pudesse, gostaria de contar com a
escrita como atividade futura. Logo após esta afirmação foi divertido ouvir uma
questão de um dos alunos presentes “Foi uma boa aluna a Português?” à qual a
escritora respondeu afirmativamente, embora agora esteja a seguir estudos na
área das ciências.
Foram questões deste género que
preencheram os quarenta e cinco minutos deste encontro. A autora esclareceu
ainda os alunos sobre o seu ato de escrever pretendendo com isso, provavelmente,
cativar alguns para o prazer da escrita. Na sua opinião é difícil saber quando
um livro está pronto para ser publicado, pois considera que a escrita é um ato
muito íntimo “Eu escrevo para mim própria.”- disse.
E como uma pergunta puxa outra,
é evidente que Ana Macedo também foi solicitada a esclarecer o que era para si
um bom livro. A sua resposta foi pronta “Um bom livro precisa de surpreender ao
longo da leitura, a sua história precisa de ser semelhante à história do leitor
e deve ser cativante.”
Já no final do encontro, e após
muita interação entre a escritora e os alunos, surgiu uma pergunta algo
curiosa. Um dos presentes quis saber da possibilidade de ela poder vir a
escrever um livro com uma moral. A resposta não se fez esperar. Ana Macedo
respondeu que num livro infantil gostaria de o fazer, mas num romance não
arriscaria fazê-lo. A autora afirma que, nos seus livros, deixa sempre
transparecer a importância da amizade perante a sociedade egoísta em que se
vive.
E foi assim que os quarenta e
cinco minutos rapidamente se esgotaram. A forma simpática como a autora esteve
perante todos e a sua espetacular capacidade de comunicação foram os pontos
altos deste encontro.
No final do
encontro, também O Ciclista quis
conhecer um pouco mais desta nova escritora portuguesa e, para isso, decidiu ir
conversar um pouco com ela.
Ciclista – Onde foi buscar a inspiração
para os seus livros?
Ana
Macedo – A
inspiração surge e eu procuro-a nas pessoas e nas suas personalidades.
C. – Quando descobriu que
gostava de escrever?
A.M. – Desde pequena sempre
apresentei gosto pela escrita.
C. – Dos livros que escreveu,
qual o seu preferido e porquê?
A.M. – É difícil escolher um,
pois escrevi-os em fases distintas da minha vida. O Lágrimas Coloridas foi escrito durante a minha adolescência e o Sem Pecados Na Culpa foi escrito numa
fase mais adulta.
C. – O que achou da receção dos
alunos desta escola perante a sua vinda?
A.M. – Achei-os bastante
interessados e motivados. Apresentaram um bom comportamento perante as
perguntas dos outros e foram muito simpáticos.
C. – Na sua vida de escritora,
quem foram os seus maiores apoios?
A.M. – Foram os meus pais, os
meus irmãos, a minha madrinha, as minhas professoras de Português e o meu
namorado que é atualmente o meu marido.
C. – Está a pensar escrever
outros livros?
A.M. – Já estou a trabalhar no
meu terceiro romance que será sobre uma bailarina. Escrevo letras de músicas
para algumas bandas e também estou a pensar escrever um conto infantil.
C.- O que é para si escrever?
A.M. – Um ato de liberdade, um
vício e um prazer.
C. - Que tipo de livros mais
gosta de ler?
A.M. – Fábulas metafóricas e
romances.
C. – Quais os seus escritores
preferidos?
A.M. – António Mota, Maria
Alice Vieira, Sophia de Mello Breyner e Fernando Pessoa.
C. – Qual o seu livro preferido
e porquê?
A.M. – É difícil escolher, mas
diria Meu Pé de Laranja Lima por ser
o mais marcante.
C. – Poderia dizer-nos as três
coisas que gostaria de fazer antes de morrer?
A.M. – Uma: viajar por vários
sítios do mundo.
Duas: publicar livros no
estrangeiro.
Três: escrever um guião de
cinema.
C. – E para finalizar, diga-nos
uma frase que possa encorajar os aspirantes a escritores.
A.M. – Persegue os teus sonhos,
encarando os obstáculos do caminho como uma aprendizagem.
Beatriz Agante e Ana Neta, O Ciclista