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sexta-feira, 26 de julho de 2019

Dia dos Avós


O Dia dos Avós é uma celebração feita com eventos e atividades que homenageiam e que desejam mostrar carinho, estima e respeito por todos os avós.
Sejam os próprios netos, ou os filhos os avós são presenteados com o fim de lhes agradecer todo o apoio e dedicação que conferem à família. Também pretendem que eles percebam a importância que lhes é conferida pela família pelos netos e filhos.
Neste âmbito, apresenta-se o texto da Inês Silva, aluna do 9.º A, que, de uma forma maravilhosa, nos dá a perceber a importância e o amor que os netos detém pelos seus avós!
Um dia muito feliz para todos os avós do Mundo.
Graça Matos, O Ciclista, Clube de Jornalismo do AEA
Avó
 Fomos todos avisados de que nos devíamos despedir… do teu calor… do teu abraço… fomos todos avisados de que não havia muito mais tempo… e não era o que precisava de ouvir… muito menos o que queria ouvir… mas fomos avisados… e dentro de todo o azar… fomos tão sortudos…!
Entrei num grande edifício… grande demais… e tão estreito… estreito demais… apenas o suficiente para o estreito que é a vida… e a imensidão que é a morte…
Estava preparada para qualquer coisa que encontrasse para lá daquele quarto de hospital …, mas fiquei surpreendida pelo esperado que rezava não encontrar… mesmo antes de atravessar aquela tão temida porta…
Fomos obrigados a proteger-nos… dela… dela…?
E por debaixo de batas, máscaras, luvas e coragem eram apenas os nossos olhos que carregavam com o peso do medo de te perder…
Entrámos então numa sala escura e, lá no fundo… encontrei-te!
Ao longo dos meus passos lentos conseguia sentir as minhas mãos a suar… até ao momento em que os teus olhos se cruzaram com os meus…
A primeira coisa que reparei em ti foi neles… nos teus grandes olhos… parecia que conseguias ver para além do mundo enquanto esse mundo se tornava fusco… fusco como a imagem que tinhas agora de mim…
Então agarrei-te na mão… tinhas a mão tão quente como o teu coração… cujos batimentos fracos eram a única coisa que conseguia sentir para lá das minhas luvas largas e quase tão rugosas como a tua pele…
Ocasionalmente, ouvia-te tossir num tom ofegante… o que… estranhamente… me tranquilizava… talvez por ser dos poucos sinais que me davas de que ainda estavas viva…
Agarrei-te então uma última vez na mão… tinhas a mão fria… ou talvez estivesse todo o ambiente mais frio pois a hora de me despedir de ti estava a chegar… e por mais que tentasse… nada te conseguia dizer…
Encostei-me a ti… “Agora tenho de ir Avó” …
Ao que a tua voz fraca me respondeu sussurrando… “Minha querida Inês” …
E de olhos húmidos… com um beijo na tua testa rugosa… soube que tinhas percebido tudo o que te queria dizer…
Inês Silva, n.º 10, 9.º A, 3.º Ciclo, Escola Básica e Secundária de Anadia

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