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quarta-feira, 14 de abril de 2010

UMA VIAGEM ENIGMÁTICA

Era Inverno e do céu cinzento rompiam trovões. Eu estava na Alemanha. Finalmente tinha concretizado a viagem da minha vida. Estava, então, a caminho de Auschwitz para visitar o campo de concentração alemão. Quando cheguei à entrada do campo, senti um arrepio enorme. Aquele local era sombrio e tinha um ar gélido e medonho. Naqueles instantes, senti o pavor que milhões e milhões de judeus sentiram quando estavam a entrar. Apesar de ser portuguesa, naquele momento senti-me judia, fingindo estar pronta para a morte. O guia encaminhava-nos para dentro do campo e, de repente, ouvimos um grande estrondo. Voltámo-nos para trás e os portões tinham-se fechado. Sustive a respiração e continuei a andar. Fomos vendo todos os compartimentos do campo e, ao longo da visita, o guia foi explicando todas as torturas que fizeram aos judeus. Por entre as paredes, parecia que se ouviam os gritos de desespero de homens, mulheres e crianças que cruelmente morreram ali, desamparados e sem piedade.
A visita acabou e, finalmente, os portões se abriram e aquela sensação de desespero total, de estar ali presa, tinha acabado. Ali compreendi a sensação de liberdade e, naquele momento, só me apeteceu fugir daquele local o mais rápido possível.
A minha viagem de sonho tinha-se tornado cruel e eu não imaginava que seria assim, mas foi bom para mim ver que o meu mundo, em comparação ao dos outros, é perfeito.
A minha próxima viagem será à Colónia Penal do Tarrafal: um pouco mais leve que esta que acabei de descrever, mas decerto que também será cruel.

Diana Ramos, 9ºB

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